Transformar o caos (e a beleza) da vida em família em arte é uma missão e tanto. Mas se tem um casal que entende bem disso, é Tania Khalill e Jair Oliveira. Juntos, eles acabam de lançar Cantabrincando, o quarto álbum do projeto Grandes Pequeninos, um trabalho cheio de música, afeto e muitas memórias compartilhadas com suas filhas, Isabela e Laura.
Criado em 2007, o projeto nasceu justamente quando a primogênita do casal chegou ao mundo. Desde então, ele cresceu junto com a família e se tornou um verdadeiro movimento que mistura canções, livros, espetáculos e muita criatividade para falar sobre a infância, o universo familiar e os laços que nos unem.
A inspiração que vem de casa
Mais do que um projeto artístico, o Grandes Pequeninos é um reflexo fiel da vida em família de Tania e Jair. A ideia de transformar experiências reais em músicas surgiu, como conta Jair, logo após o nascimento da primeira filha: “Ser pai foi uma das experiências mais transformadoras da minha vida. Quando nasce um filho, nasce também um novo jeito de enxergar o mundo. Foi assim que surgiu ‘Cadê o Manual?’ e tantas outras canções que fazem parte do Grandes Pequeninos.”
A inspiração estava dentro de casa: nas descobertas, nos desafios e nas pequenas alegrias do dia a dia. Com o tempo, as composições começaram a dialogar com outras famílias, acolhendo quem estava no mesmo barco. “O projeto nasceu do amor que a gente tem pelas nossas filhas. Esses conteúdos também acolhiam outras famílias, ajudavam pais e mães a se sentirem menos sozinhos nesse caminho”, diz Jair Oliveira.
Cantabrincando: música como ferramenta de conexão
Com 10 faixas inéditas, Cantabrincando traz letras que brincam com rimas, trava-línguas e jogos de palavras. A ideia é convidar crianças e adultos a se conectarem por meio da ludicidade — algo que, aliás, tem tudo a ver com a proposta do Grandes Pequeninos desde o início.
E o melhor: a nova fase do projeto ainda inclui clipes para acompanhar as canções, ampliando a experiência audiovisual e reforçando o papel da arte como espaço de troca entre gerações. “A paternidade me trouxe mais empatia, mais escuta, mais calma. Me fez querer ser um ser humano melhor. O Grandes Pequeninos é, antes de tudo, um reflexo do que vivemos como família”, diz Jair.

Maternidade que vira arte
Tania também mergulha de cabeça no projeto e deixa claro como a maternidade foi um ponto de virada para ela, tanto na vida quanto na arte: “A maternidade me transformou de um jeito que é até difícil explicar. Foi desse sentimento que nasceu o Grandes Pequeninos. Era tanta coisa bonita acontecendo no nosso dia a dia como pais, que sentimos vontade de colocar isso no mundo”.
Ela destaca que o olhar das crianças tem muito a ensinar e serve como inspiração constante: “As crianças têm uma alma enorme. Elas enxergam o mundo com leveza, com empatia, com uma capacidade de amar que, às vezes, nós adultos vamos perdendo. Eu acredito muito que a infância é uma fase que carrega sabedoria”.
Ao lembrar do crescimento das filhas e do próprio projeto, Tania resume bem a jornada: “Criar as nossas filhas e desenvolver o projeto ao mesmo tempo foi uma experiência intensa. É um projeto que acompanha o nosso crescimento como pais e como pessoas”.
O Grandes Pequeninos já rendeu prêmios, livros, clipes, shows e outros três álbuns antes de Cantabrincando. Mas, acima de tudo, ele segue como um espaço de troca, com arte, empatia e verdade. A cada nova música, Tania e Jair seguem criando pontes entre gerações e reafirmando que a infância não é só uma fase: é um lugar de sabedoria, leveza e amor.







