Em apenas uma década, a taxa de fertilidade dos brasileiros caiu mais de 50%. A conclusão é de uma pesquisa feita no país pelo especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, Edson Borges Jr.
Segundo o estudo, os motivos que levam a essa redução estão ligados ao estilo de vida frenético dos homens nos últimos anos, envolvendo estresse, falta de exercícios físicos, má alimentação e consumo de cigarro e álcool. Fatores ambientais, como poluição, contaminação da água e irradiação também são responsáveis por esse quadro.
A pesquisa envolveu 2,3 mil homens, de todas as regiões do Brasil. Os dados foram coletados em duas épocas: entre os anos 2000 a 2002 e entre 2010 a 2012. No primeiro período, o número de espermatozoides em cada ejaculação era de 61 milhões. No segundo, de apenas 27 milhões.
O especialista relata que essa queda tem influência acentuada na capacidade reprodutiva masculina. “Para a concepção natural, o ideal é que haja mais de 50 milhões de espermatozoides por ejaculação”, esclarece.
Outro dado relevante foi que, há 10 anos, o número de homens com oligozoospermia (diminuição do número de espermatozoides) era de 16% dos participantes. Na segunda etapa, aumentou para 30%. Já aqueles com azoospermia (sem espermatozoides) subiu de 5% para 8,5%.
Embora as questões ambientais nem sempre possam ser dribladas, dar atenção à parte que cabe aos homens faz muita diferença nos resultados. “Cuidar dos hábitos tem muito mais importância. Além disso, as gonadotoxinas, oriundas dos hábitos, são muito mais danosas para o testículo e para a fertilidade.”
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