A maternidade tardia é uma realidade crescente no Brasil e no mundo. Muitas mulheres estão optando por ter filhos após os 35, e cada vez mais, após os 40. Mas junto comesse desejo vem também uma série de desafios físicos, emocionais e sociais. A influenciadora Nanda Terra, mãe do Ben e conhecida por sua participação no reality “Casamento às Cegas Brasil”, tem vivido esse momento e compartilha, com sensibilidade e coragem, os dilemas de ser tentante na casa dos 40.
A experiência pessoal de Nanda
Após o nascimento de Ben, seu primeiro filho, Nanda e seu marido Mack David deixaram o desejo de uma nova gravidez adormecido por um tempo. Mas nos últimos meses, a vontade renasceu. “Voltei a fazer exames, comecei a tomar vitaminas, a prestar atenção no meu ciclo. Cada mês é uma montanha-russa de emoções entre a esperança e o teste negativo”, conta.
Durante essa fase de tentativas, Nanda também descobriu um pólipo uterino, que precisará ser removido por meio de um procedimento cirúrgico. “Foi um balde de água fria no meio do processo, mas ao mesmo tempo, um alívio saber que talvez ele seja parte da explicação para as dificuldades”, compartilha. O tratamento se tornou mais um passo nesse percurso que ela tem encarado com coragem e vulnerabilidade.
Ela fala com naturalidade sobre o receio inicial em se identificar como “tentante”, um termo que carrega, para muitas mulheres, uma carga emocional intensa. “Eu resistia porque não queria que esse desejo me definisse. Mas também não queria fingir que nada estava acontecendo”, afirma.

O que dizem os especialistas
Segundo a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a fertilidade feminina começa a declinar aos 35 anos e tem uma queda mais acentuada após os 40. A chance mensal de gravidez natural após os 40 gira em torno de 5% a 10%, enquanto aos 30 anos pode ser de 20% a 25%.
Apesar disso, a medicina reprodutiva tem avançado. Técnicas como indução da ovulação, inseminação intrauterina e fertilização in vitro (FIV) têm ajudado muitas mulheres a realizarem o sonho da maternidade mesmo após os 40. Também cresce o número de casais que buscam informações sobre ovodoação ou adoção.
Entre a entrega e a liberdade
Nanda escolheu um caminho sem pressão. “Decidimos tentar até os 42. Se não acontecer, a gente conversa. Talvez a gente adote. Porque o amor que temos pra dar não depende só de laços biológicos.”
Esse tipo de relato, sincero e amoroso, ajuda a ampliar a conversa sobre fertilidade e acolhe outras mulheres que vivem o mesmo desafio. “Falar sobre isso, mesmo que doa um pouquinho, também me cura”, diz Nanda.
A importância de abrir o diálogo
Falar sobre tentantes, especialmente após os 40, é também romper o silêncio que ainda existe em torno da fertilidade feminina. É lembrar que cada jornada é única, que não existe certo ou errado, e que o tempo de cada mulher merece ser respeitado – com escuta, acolhimento e informação. Para acompanhar mais da trajetória da Nanda e suas reflexões sobre maternidade, família e vida real, acesse @nandaterrafortes.