As mortes de três crianças em São João del Rei vem gerando preocupação entre pais e famílias da cidade. Os óbitos aconteceram no último mês e são de crianças que tinham 3, 9 e 10 anos. Outras quatro estão internadas em hospitais da cidade com acompanhamento das equipes de Vigilância em Saúde.
Segundo a Vigilância Epidemiológica de São João del Rei, ainda não existe confirmação do que pode ter provocado as mortes e não há vínculo epidemiológico entre as crianças. Até o momento, a única confirmação é que as três crianças que tiveram febre e dor de garganta morreram devido a um tipo de infecção.
Sintomas em comum
Em comunicado, a Secretaria de Saúde afirmou que o “município não está enfrentando um surto”. “Há crianças apresentando sintomas de amigdalite, febre, vômito, manchas ou erupções na pele, que passaram, em sua maioria, por avaliação médica na rede pública ou privada, e que se encontram estáveis”, diz a nota.
Suspeita de infecções por Streptococcus
As Secretarias de Saúde Municipal e do Estado investigam se as mortes têm alguma relação com a bactéria Streptococcus pyogenes. A suspeita de infecção pela bactéria surgiu após a morte de um menino de 10 anos, em 24 de setembro. A declaração de óbito emitida pela Santa Casa da cidade atestou Sepse por Streptococcus pyogenes como causa de morte.
A criança deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de São João del Rei com quadro séptico, febre e infecção de garganta. Mas de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não houve coleta de material e confirmação laboratorial de ser infecção por Streptococcus. As informações são do site do jornal local Hoje em Dia.
Último caso está sendo investigado
Em entrevista à Pais&Filhos, o Dr. Frederico Escaleira, pai de Lucas, João e Pedro, médico, deputado federal e ex-diretor da Santa Casa de São João Del Rei, informou que o caso do óbito mais recente foi de uma menina de 10 anos, que faleceu ontem, por volta das 10h da manhã. Ela apresentou sintomas de dor de garganta entre quinta e sexta-feira, teve uma piora no sábado com quadro de febre, e no domingo recebeu atendimento em uma UPA.
Na madrugada de domingo para segunda-feira, a menina foi transferida às 3h para a Santa Casa de São João Del Rei e acabou falecendo em um período de apenas 5 horas. Ela não tinha histórico prévio de outras doenças. A criança ainda apresentou lesões nas extremidades das pontas de dedos, o que poderia indicar necrose, como sinal de uma infecção generalizada. Esse quadro, apesar de muito raro, foi avaliado pela equipe da Santa Casa de São João Del Rei.
Cenário preocupante
Os casos de mortes e internações ainda sem motivos de saúde definidos vêm preocupando muitas famílias de São João Del Rei. Dr. Frederico, que atuou como diretor da Santa Casa da cidade por quase 4 anos, se solidarizou com os familiares crianças e reforçou a importância de que os pais procurem ajuda médica em qualquer sinal de doenças infecciosas, como dor de garganta, erupções ou manchas na pele e boca, febre, entre outros.
“Nós nunca nos deparamos com essas mortes suspeitas de crianças em um período tão curto. É um cenário extremamente preocupante em uma cidade como São Joao del Rei”, diz Dr. Frederico.
Escolas municipais de São João del Rei são fechadas
A Prefeitura de São João del Rei fechou as escolas municipais na manhã desta terça-feira, 24 de outubro, após mães de estudantes se reunirem para pedir o fechamento, o que foi acatado pelo Executivo.
De acordo com a Prefeitura, as instituições passarão por uma desinfecção e limpeza generalizada a partir desta quarta-feira, 25 de outubro. Não foi informada a previsão de reabertura das escolas.
“Não é o problema solucionado, mas é uma medida cautelar que estamos buscando para atender, especialmente a preocupação de pais de alunos, que merecem todo esse carinho do município e essa atenção”, afirmou a assessoria, segundo informações do G1.
Medidas de prevenção e higiene
A Secretaria Municipal de Saúde também recomenda que diante de qualquer sintoma, os pais e responsáveis devem buscar atendimento médico. Também foram indicadas medidas protetivas, como higienização das mãos, uso do álcool 70%, não compartilhar objetos pessoais (copos, talheres, garrafas) e manter o esquema vacinal atualizado de acordo com o calendário nacional de imunização.
