Vasectomia é um método seguro e simples, adotado pelos homens, para prevenir gravidez indesejada da parceira sem nenhum efeito colateral nem sequela. Dados do IBGE mostram que, desde 1996 – quando foi aprovada a Lei sobre o planejamento familiar – o número de procedimentos aumentou em até quatro vezes. Mas antes de tomar essa decisão, é preciso ter algumas características. São elas: o homem precisa ter mais de 25 anos, dois filhos nascidos vivos e estar casado (precisar comprovar). Para Alex, a norma precisa ser revista porque, como é antiga, não está mais de acordo com a realidade atual (que casal hoje em dia quer ter mais de um filho? Poucos). Mas Alex Meller, urologista e pai da Alice, alerta que antes de o médico aceitar fazer a cirurgia, o homem precisa assinar uma norma de esterilização voluntária.
Cirurgia
Geralmente, é com anestesia local e sai no mesmo dia que faz. O médico amarra ou corta o canal deferente, que leva os espermatozoides até a próstata (de lá se forma o sêmen que sai em forma de esperma). Objetivo é interromper esse canal para não passar mais nada. E é tão simples que os cuidados são: gelo local, analgésicos e repouso no dia seguinte.
Mudou de ideia. E agora?
Se o homem mudar de ideia, é possível fazer a reversão. É preciso desmistificar a ideia de que a vasectomia é um empecilho à gravidez, mas a cirurgia de reversão é mais complicada e a taxa de sucesso não chega a 100%. Sobre a eficácia do procedimento, Matheus Roque, médico credenciado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, especializado em Urologia, explica que existem dois resultados: o de patência, ou seja, a chance de o homem voltar a ter espermatozoides depois da reversão; e a de gravidez, portanto, a chance de engravidar a parceira de fato. Ambas estão relacionadas ao tempo da realização da vasectomia até o processo de reversão. Vasectomias recentes têm mais chances de reversão.
Alex explica como é a taxa de engravidar a parceira, após a reversão
Menos de três anos: 75%
3 a 8 anos: 50%
9 a 15 anos: 40%
Acima de 15 anos: 30%
Como é a cirurgia de reversão
Tem que reconectar o canal que foi cortado ou amarrado na vasectomia, o deferente, para deixar que os espermatozoides voltem a passar. Segundo Matheus, “o sucesso da cirurgia de reversão depende muito do material que é utilizado, da técnica, da experiência do cirurgião e preferencialmente que seja feita usando um microscópio cirúrgico”, assim consegue ter uma avaliação muito boa do canal deferente. Apesar de ter que usar anestesia geral, os riscos são bem baixos. Após a reversão, o homem faz exames mensalmente para acompanhar.
Fique esperto!
Matheus explica que, antes de fazer a cirurgia, o médico checa a condição de fertilidade do casal para ter avaliação adequada. Com base nessa informação, mostra os prós e os contras da reversão da vasectomia e checa se a melhor opção não é partir direto para a fertilização in vitro. Então, antes de decidir fazer a vasectomia, encare a vasectomia como uma cirurgia definitiva. Se sobrou alguma dúvida quanto a ter ou não um filho, melhor adiar a decisão.
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