Xuxa Meneghel conversou com o The New York Times, o principal jornal dos Estados Unidos, sobre o documentário que vem fazendo sucesso na Globoplay. Chamada pela publicação de “Barbie do Brasil”, ela fez um mera culpa quando questionada a respeito da falta de representatividade em seus programas que, segundo a publicação, não mostrava a diversidade do povo brasileiro como deveria.

“Eu não via isso como errado naquela época. Hoje sabemos que está errado”, declarou a apresentadora. Para o NYT, as falhas aconteceram por decisões da ex-diretora Marlene Mattos, e também pela cultura brasileira da época. Sem fugir da responsabilidade, Xuxa disse que endossou muitas coisas que foram ao ar na época, embora não tenha sido responsável pela maioria das decisões.
A reportagem destaca que, assim como Xuxa, o elenco de seu programa era formado por meninas magras, loiras, brancas e, quase sempre, de olhos claros. “Xuxa já foi a maior estrela da TV brasileira. Agora muitos estão se perguntando se uma mulher branca, magra e loira era o ídolo certo para um país tão diverso”, diz o subtítulo da matéria, intitulada “Ela era a Barbie do Brasil. Agora ela está pedindo desculpas”.

“Nossa, que trauma eu botei na cabeça de algumas crianças. Mas eu endossei. Eu assinei embaixo”, lamentou a Rainha dos Baixinhos. Segundo o texto, “muitos, incluindo a própria Xuxa, questionam se o ideal limitado que ela representava era uma influência positiva no Brasil, país com uma população majoritariamente negra e que enfrenta um debate nacional sobre o que é considerado belo e quem foi apagado da cultura popular”, afirma.
“Não é culpa do ‘Show da Xuxa’. O que está em falta é tudo o que nos foi repassado normalmente”, completou ela. Xuxa ainda disse que também estava sujeita a ideais de beleza cruéis. “Desde pequena, fui vista como um pedaço de carne”, afirmou. De acordo com ela, ela foi instruída a perder peso, forçada a fazer cirurgia plástica e proibida de cortar o cabelo. “Uma boneca tem que ter cabelo comprido”, relembrou a apresentadora.

Xuxa fala sobre perda de virgindade com Pelé
No quinto e último episódio de “Xuxa, o documentário“, produção da Globoplay, a Rainha dos Baixinhos revelou que queria muito perder a virgindade na adolescência por conta de um apelido pejorativo que recebeu no início da carreira de modelo: “Quando eu comecei a ser modelo com 16 anos, logo veio o título de símbolo sexual. As pessoas riam de mim, porque eu não sabia fazer cara de tesão. Tinham que me explicar com uma caneta na boca. A maioria das fotos em que estou assim era o tesão para uma virgem que não sabia o que era tesão”, começou o desabafo.
“A gente começou a namorar, e ele foi realmente o primeiro cara com quem eu transei legal, assim, na cama, vi o que era. Achei engraçado poder ver de perto tudo.” Xuxa também falou dos traumas dos abusos sexuais sofridos quando era criança em Coroa Grande, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.