Na quinta-feira, 06 de julho, o diretor, ator, encenador e dramaturgo, José Celso Martinez Corrêa, araraquarense de 86 anos, mais conhecido como Zé Celso, faleceu após ficar internado por dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital da Clínica após ser vítima de um incêndio em seu apartamento.
Zé Celso criou o Teatro Oficina Uzyna Uzona, mais conhecido apenas como Teatro Oficina, em 1958. O patrimônio cultural brasileiro localizado na Bela Vista, bairro da capital paulista, revolucionou a atuação em meio à ditadura militar e é a maior e mais longeva companhia de teatro em atividade permanente do país.
O dramaturgo estudou direito na USP, levou o tropicalismo à atuação e dirigiu peças de Oswald de Andrade e Chico Buarque. No regime ditatorial, precisou se exilar em Portugal onde fez documentários sobre a Revolução dos Cravos e a independência de Moçambique.
A conta da organização teatral no Instagram fez uma homenagem ao seu fundador: “‘— Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo.’ Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito, amor sempre”.

Com o incêndio em seu apartamento na manhã da segunda-feira, 04 de julho, Zé Celso teve 60% do seu corpo queimado pelo fogo e ficou entubado, respirando por aparelhos e sedado.
Segundo O Dia, a Polícia Civil de São Paulo investiga se o acidente iniciou por conta de um aquecedor elétrico no quarto do artista e que nos registros oficiais do Boletim de Ocorrência está que o dramaturgo vivia sozinho no apartamento, no do lado, seu marido Marcelo Drummond, e os imóveis eram conectados por uma porta.

Marcelo, diretor de cinema que estava em um relacionamento com Zé desde 1987, e casado desde o mês de junho deste ano, 2023, foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro da Vila Mariana, junto com Ricardo Bittencourt e Victor Rosa, que fazem parte do Teatro Oficina, e ficaram em observação por terem inalado muita fumaça.