Quem nunca se viu perdido entre um “sim” e um “não” na hora de lidar com filhos e tecnologia? Esse é um tema muito discutido ultimamente que gera muitas inseguranças nos pais. Em um bate-papo no podcast Pé no Sofá Pod, comandado por Flávia Alessandra e Giulia Costa, a apresentadora compartilhou algo que muitos pais e mães vão entender bem: a culpa de ter cedido.
Ao falar sobre a criação da filha mais nova, Eva, de 12 anos, Angélica contou que sente ter cometido um erro ao liberar cedo demais o acesso às redes sociais. Mesmo tentando segurar o quanto pôde, ela acabou cedendo à insistência, ou como ela mesma disse, foi “vencida pelo cansaço”.
Quando a vontade de proteger esbarra na realidade
Angélica, que também é mãe de Joaquim, de 21, e Benício, de 17, comparou como cada filho lida com o universo digital. Segundo ela, os mais velhos apresentam um controle muito maior sobre o uso de redes sociais do que a caçula, o que acendeu o sinal de alerta em casa.
E aí veio aquele momento de honestidade que só uma mãe experiente pode oferecer: “Hoje, eu falo que errei com a Eva”, disse ela sem rodeios. “Eu tinha que ter segurado mais a questão das redes sociais.”
Angélica se arrepende de dar tela cedo à filha mais nova: "Errei com a Eva" pic.twitter.com/NEsHa8ZbGL
— Melhor da Noite (@melhordanoite) May 9, 2025
Essa fala ecoa a realidade de muitos lares. A linha entre proteger e acompanhar é tênue, e quando se está no olho do furacão (ou no meio de uma birra digital), manter os limites se torna um verdadeiro desafio.
O poder do “todo mundo tem”
Outro ponto que Angélica tocou, e que pode fazer muita gente rir de nervoso, foi o famoso argumento do “todo mundo tem”. Para ela, essa pressão social é mais forte do que parece. “Aquela frase que a gente conhece bem: ‘Você não é todo mundo, você é meu filho’. Eu não disse isso como deveria”, confessou.
E convenhamos, essa fala é um clássico da parentalidade brasileira, mas nem sempre é fácil bancá-la. O apelo social, a vontade de não deixar o filho se sentir excluído e o cansaço do dia a dia acabam empurrando os limites um pouco mais adiante do que gostaríamos.
A culpa não é (só) dos filhos
Um dos pontos mais valiosos da conversa foi quando Angélica tirou o peso das costas da filha e olhou para dentro. Ela reconheceu que a dificuldade de Eva em lidar com as redes sociais não é uma falha da menina, mas uma consequência das decisões dos adultos, e também dessa era digital em que ela está crescendo. “Não é culpa dela, é culpa de quem coordenou isso, no caso, somos nós”, disse.
Esse tipo de reflexão é fundamental em tempos de tanta exposição digital. Reconhecer os próprios erros não enfraquece a autoridade dos pais, pelo contrário, humaniza a relação com os filhos e abre espaço para conversas sinceras.
Nos dias de hoje, é extremamente difícil manter os jovens afastados da internet, já que quase todos estão conectados, e nessa fase da vida, a sensação de pertencimento para eles é essencial. Apesar disso, também pode ser um lugar muito perigoso, por isso é essencial que sejam monitorados pelos seus responsáveis.