Carolina Dieckmann, de 46 anos, falou publicamente sobre os últimos momentos que viveu ao lado da amiga Preta Gil, que faleceu neste domingo (20), em Nova York. A atriz viajou aos Estados Unidos no fim da semana passada para ficar com a cantora e relatou à jornalista Andréia Sadi, no programa Estúdio I, da GloboNews, como foram os dias finais ao lado dela.
“Quando resolvi ir, não tinha nada muito grave acontecendo, além dela estar fraca com o tratamento, e quando cheguei lá a situação mudou drasticamente. E esses últimos quatro dias ela foi indo. A gente queria muito que ela viesse pro Brasil, mas ela estava muito fraca e sem dor, cercada de muito amor. Passei os últimos quatro dias fazendo muito carinho com ela”, contou Carol.
Cercada de amor até o fim
Durante todo o tempo, Preta esteve acompanhada de pessoas muito próximas, como Flora Gil, sua madrasta, a amiga Jude Paulla e a médica Roberta Saretta, responsável por seu tratamento. “Ficamos debruçados sobre ela, amando profundamente em todos os minutos. Ela não sentiu dor e estava com muito amor”, reforçou.
A atriz também falou sobre o magnetismo e a generosidade de Preta. “Preta é única. Ela tem um magnetismo muito forte, um amor que não para de nascer. A sensação que tenho é que ela está o tempo inteiro emanando isso. E ela teve, nestes momentos do tratamento, esse amor ao redor dela.”
Carol ainda destacou como a artista nunca esteve sozinha, mesmo nos momentos mais difíceis. “Sabemos que tem muitas pessoas que são abandonadas. A Preta tem uma história horrorosa do ex-marido que a abandonou. E ela tem uma história contrária. Tirando o ex, em nenhum momento ela esteve sozinha. E foi isso que repetimos pra ela nesses últimos quatro dias, e ela sentiu isso, com certeza”, disse.
Uma vida vivida com intensidade
Mesmo enfrentando uma doença agressiva, Preta aproveitou cada possibilidade de viver, foi o que destacou a amiga. “E ela viveu todos os momentos que pôde, e muito intensamente. Todas as brechas que a doença deu desde o aparecimento… A festa linda que ela deu de 50 anos. Qualquer brecha que a doença desse, ela aproveitava com muita vida e explosão. Não é só exemplo porque ela fez, era a maneira da Preta ser”, afirmou.
Quando questionada se Preta teria sentido que o fim estava próximo, Carol respondeu com sensibilidade: “Ali, nas últimas horas, muito cansada e fazendo poucos contatos conscientes, talvez lá dentro dela tenha sentido esse fim chegando. A sensação, ao olhar, foi que ela dava tudo o tempo todo e ela foi até onde pôde. Ela não desistiu.”
Ao final da conversa, a jornalista Andréia Sadi, visivelmente emocionada, comentou sobre a dor da perda e o legado deixado pela artista. “Estamos muito emocionados aqui, como o Brasil inteiro. Essa dor é do Brasil, mas esse exemplo de coragem que é Preta Gil. Impossível falar dela no passado.”