Durante uma entrevista descontraída à revista Glamour, Dani Calabresa soltou uma daquelas revelações que só as mamães entenderão: no começo da gravidez, tudo o que ela queria era… cenoura. Isso mesmo! A atriz contou que, diferente de suas antigas paixões alimentares por frituras e doces, a gravidez despertou um lado fitness nada planejado. “Nos três primeiros meses eu comi muita cenoura! Passei a vida comendo fritura e chocolate, e quando fico grávida sinto vontade de cenoura”, contou, entre risadas. Mas o que será que provoca esses desejos inusitados quando o bebê está a caminho?
Desejo na gravidez: uma festa hormonal
Para entender esse fenômeno, o ginecologista e obstetra Dr. Nélio Veiga Junior, mestre e doutor em Tocoginecologia pela Unicamp, explica que a dança dos hormônios é a grande responsável. Durante a gestação, o corpo passa por verdadeiras reviravoltas hormonais, especialmente no primeiro trimestre. Hormônios como a leptina e a grelina, que regulam a fome e a saciedade, entram em cena com força total, influenciando diretamente a forma como a gestante se relaciona com a comida.
“O apetite se transforma, as emoções ficam à flor da pele, e muitas vezes a mulher busca alimentos que tragam conforto”, comenta o especialista. E, nesse jogo de sensações, até mesmo a textura da comida passa a ter um papel importante.
Crocância: a nova estrela do cardápio
Se você está grávida e não resiste a algo crocante, saiba que não está sozinha. De acordo com o Dr. Nélio, o termo “crocante” aparece com frequência nas falas das gestantes, especialmente nos primeiros meses. “É comum que a mulher sinta menos vontade de comidas macias ou cremosas, dando preferência a alimentos crocantes. Isso pode estar ligado às mudanças sensoriais causadas pela gravidez”, explica.
Além disso, muitas futuras mães relatam sentir cheiros com mais intensidade — um dos motivos pelos quais o paladar também acaba mudando. Mesmo que os estudos não mostrem grandes alterações no sabor percebido, o aumento da sensibilidade ao cheiro pode influenciar bastante nas escolhas alimentares.
Energia em alta: por que grávidas querem doces e carboidratos?
A vontade de devorar um bolo inteiro ou atacar uma barra de chocolate também tem uma explicação científica. Segundo o médico, a gestação aumenta a necessidade energética do corpo. Isso, aliado às alterações hormonais e emocionais, faz com que muitas mulheres busquem alimentos ricos em açúcar ou carboidratos para “acalmar os nervos” — literalmente.
“Há uma relação direta entre o aumento do estresse, especialmente no primeiro trimestre, e o consumo de alimentos mais calóricos. Isso está ligado às estratégias de regulação emocional”, comenta Dr. Nélio. Ou seja, aquele brigadeiro não é só um mimo — pode ser uma forma de o corpo tentar equilibrar emoções à flor da pele.
E quando o desejo vira preocupação?
Embora seja natural ter vontades alimentares diferentes durante a gestação, o especialista alerta: vale ficar de olho se esses desejos forem exagerados ou fora do comum. “É essencial conversar com o obstetra, principalmente se os desejos forem muito frequentes ou em grande quantidade. Isso pode interferir na saúde da mãe e até no desenvolvimento do bebê”, orienta.
Por isso, o ideal é curtir os desejos (mesmo que seja por cenouras crocantes!) com equilíbrio, sempre com orientação médica e muito bom humor.
