O cantor e compositor Gilberto Gil vive mais um momento de profunda tristeza com a morte da filha Preta Gil, aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal agressivo. A despedida acontece mais de três décadas após a perda precoce de seu outro filho, Pedro Gil, em um trágico acidente de carro aos 19 anos.
A partida precoce de Pedro Gil
Pedro veio ao mundo em 1970, enquanto a família vivia no exterior, em meio ao exílio político que afastou Gilberto Gil do Brasil durante a ditadura militar. O jovem cresceu envolvido pela arte e pela música, assim como seus pais.

Em 1985, Pedro brilhou ao lado do pai no palco do Rock in Rio, tocando bateria. Pouco depois, formou a banda Egotrip, com músicos como Arthur Maia e Nando Chagas. O grupo teve vida curta, mas conquistou espaço na cena musical da época, ficando ativo até 1990.
Infelizmente, a trajetória de Pedro foi interrompida de forma abrupta em janeiro daquele ano. Ele dirigia de São Paulo para o Rio de Janeiro quando adormeceu ao volante e sofreu um acidente fatal. O carro capotou após bater em uma árvore, e o jovem não resistiu.
Gilberto Gil relembra o luto por Pedro
Em entrevista concedida em maio de 2024 ao programa “Conversa com Bial”, Gilberto falou abertamente sobre a dor de ter perdido um filho tão jovem. “Eu tinha dificuldade em me conformar com a inversão dos fatores, de o filho ir antes do pai. Isso é duro. Ele era muito jovem, 19 anos, um acidente, de uma maneira trágica. Aquilo, a tentação para o inconformismo.”, disse o músico.
Ele revelou que, apesar do tempo, o sentimento de inconformismo permanece: “A gente tenta aceitar, mas nunca é fácil. Ainda mais sendo um jovem, cheio de planos, com uma vida inteira pela frente.”

A despedida de Preta Gil
No último domingo (20), a cantora Preta Gil faleceu aos 50 anos em Nova York, onde se submetia a um tratamento experimental. Ela lutava contra um câncer colorretal diagnosticado em 2023, que chegou a entrar em remissão, mas voltou com força meses depois, comprometendo outros órgãos.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta construiu uma carreira sólida como cantora, atriz e empresária. Mas seu legado vai além da arte: ela foi uma voz ativa contra o racismo, na luta pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+, além de promover o amor-próprio e a aceitação do corpo.