Gracyanne Barbosa, que há mais de 15 anos é casada com o cantor Belo, abriu seu coração em uma entrevista exclusiva ao Fantástico. Embora o casal ainda esteja oficialmente casado, eles vivem separados atualmente. Durante o bate-papo, Gracyanne revelou que o sonho de ser mãe foi postergado por questões profissionais, especificamente devido a um contrato com uma grande empresa.
A influenciadora digital e empresária, que recentemente participou do Big Brother Brasil 25, compartilhou um pouco sobre os desafios enfrentados ao longo de sua carreira e os planos de maternidade que foram adiados. “Na época eu tinha um contrato com uma empresa grande e eu não podia engravidar. E aí a gente foi adiando. Por conta? Porque era uma empresa de suplementos e fazia coisas com corpo e tinha essa exigência”, contou Gracyanne, explicando como as demandas profissionais influenciaram sua vida pessoal.
Ela não entrou em detalhes sobre a empresa em questão, mas o impacto desse compromisso no desejo de ser mãe foi claro. De acordo com a influenciadora, o contrato com a marca demandava que ela mantivesse uma rotina rígida voltada para a saúde física e estética, o que tornava impossível a ideia de engravidar naquele momento.
Agora, com a experiência do reality show e o afastamento de algumas demandas profissionais, Gracyanne revelou que o desejo de ter filhos voltou a ser uma prioridade em sua vida. A maternidade, para ela, representa uma transformação emocional única. “Não sei se vou realizar, talvez adote, talvez, eu não sei ainda, Renata. Mas eu sei que é um desejo que eu quero realizar, não sei como ainda. Porque eu acho que é um amor diferente de todos os outros, é um amor que vai me tornar uma pessoa melhor, eu tenho certeza”, afirmou com emoção.
Ela também expressou a vontade de compartilhar essa nova fase da vida com seus seguidores e fãs, ao afirmar que deseja dar o seu melhor para um filho. “E eu também quero dar o meu melhor para uma pessoa, para o meu filho”, completou.
Gracyanne encerrou a entrevista com uma promessa empolgante. Ela afirmou estar aberta a novas possibilidades e que os próximos capítulos de sua vida serão compartilhados com o público, sempre com a sinceridade e transparência que marcaram sua trajetória nas redes sociais. “Eu conto pra você em primeira mão”, finalizou.
A idade pode impactar a fertilidade feminina?
Aos 41 anos, Gracyanne não está sozinha ao lidar com os desafios que surgem à medida que a idade avança. A medicina já demonstrou que a fertilidade feminina sofre uma queda acentuada após os 35 anos e, em muitos casos, a partir dos 40 anos, as chances de engravidar caem de forma dramática. De acordo com o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime e colunista da Pais&Filhos, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem significativamente à medida que a mulher envelhece. “As chances de gravidez caem consideravelmente após os 35 anos e reduzem de uma forma extremamente abrupta a partir dos 38, 39 anos. Isso porque a mulher nasce com uma quantidade pré-determinada de óvulos, que sofre uma diminuição considerável com o passar dos anos”, explica o especialista.
Para ilustrar essa redução, o médico destaca que, enquanto a chance de gravidez em um ano de tentativas é de 96% aos 25 anos e de 84% aos 35 anos, aos 40 anos essa taxa cai para 55% e para 35% aos 43 anos. Além da quantidade, a qualidade dos óvulos também se deteriora, aumentando os riscos de complicações, como abortos espontâneos e anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down.
A gravidez tardia e os riscos genéticos
O envelhecimento dos óvulos também está associado ao aumento de anomalias genéticas, que podem comprometer a formação de um embrião saudável. “Uma mudança importante na qualidade do óvulo é a frequência de anormalidades genéticas chamadas aneuploidia (muitos ou poucos cromossomos no óvulo). À medida que uma mulher envelhece, mais de seus óvulos têm poucos ou muitos cromossomos, o que pode resultar em embriões com cromossomos extras ou ausentes”, detalha o Dr. Rodrigo Rosa. Esse tipo de anomalia está frequentemente relacionado a abortos espontâneos e outras complicações.
Porém, o médico alerta que, independentemente da aparência jovem de uma mulher, a idade dos óvulos permanece a mesma. “A idade aparente da mulher infelizmente não tem relação com a idade real, cronológica, dos ovários. Mesmo que uma mulher de 40 anos esteja muito bem fisicamente, o ovário tem a idade cronológica, tanto no número quanto na qualidade dos óvulos”, afirma o Dr. Fernando Prado, especialista em reprodução humana. Ele ressalta que, embora um estilo de vida saudável possa desacelerar esse processo, após os 40 anos, a qualidade dos óvulos tende a diminuir de forma muito rápida.
O que fazer quando a gravidez natural não acontece?
Diante da redução das chances de gestação, os médicos recomendam que, caso uma mulher com mais de 35 anos esteja tentando engravidar sem sucesso, busque ajuda especializada. O Dr. Fernando Prado sugere que, se a gravidez não ocorrer após seis meses de tentativas, a melhor opção é recorrer à reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro (FIV). Este processo envolve a coleta dos óvulos e espermatozoides, que são fecundados em laboratório e o embrião resultante é transferido para o útero da mulher.
No entanto, o especialista também lembra que as chances de sucesso com a FIV variam com a idade. Para mulheres jovens, a taxa de sucesso pode chegar a até 80% em três tentativas. Já para mulheres acima de 35 ou 40 anos, o número de tentativas necessárias pode ser maior, e o processo pode ser desgastante em termos emocionais, financeiros e temporais.

Ovodoação: uma alternativa para aumentar as chances de sucesso
Uma alternativa que tem sido cada vez mais discutida é a ovodoação, que envolve o uso de óvulos de uma doadora para a Fertilização In Vitro. O Dr. Rodrigo Rosa explica que, ao utilizar óvulos doados, as chances de sucesso aumentam para cerca de 60% por tentativa, mesmo em mulheres com mais de 40 anos. “Ao contrário do que muitos pensam, a gravidez por doação de gametas não reduz o papel dos pais do casal receptor. São eles que garantirão que a criança cresça feliz e saudável”, afirma o médico.
O processo de fertilização com óvulos doados é semelhante ao da FIV convencional. Os óvulos da doadora são fertilizados em laboratório com o esperma do parceiro e, após o desenvolvimento dos embriões, o mais saudável é transferido para o útero da mulher. “Se houver embriões saudáveis, eles podem ser congelados para uso posterior”, conclui o Dr. Rodrigo Rosa.
Gravidez após os 50 Anos: riscos para a saúde da mãe e do bebê
Embora as opções de reprodução assistida possam aumentar as chances de gravidez em mulheres mais velhas, o Dr. Fernando Prado alerta que a gravidez após os 50 anos traz sérios riscos. A pressão alta, diabetes gestacional e o risco de parto prematuro são apenas algumas das complicações associadas a essa idade. “Os riscos para a saúde da mãe acabam sendo maiores e, consequentemente, afetam o desenrolar da gestação e a saúde do recém-nascido”, conclui o especialista.
O tema da gestação tardia continua a ser uma preocupação crescente para muitas mulheres que desejam ter filhos após os 40 anos. No entanto, com o avanço da medicina reprodutiva, as opções de tratamento e os cuidados adequados podem ajudar a transformar esse sonho em realidade, respeitando sempre os limites da saúde materna.