A gravidez é um momento esperado e repleto de sonhos para muitos casais, mas, para a cantora Lexa e seu marido, Ricardo Vianna, a jornada foi marcada por uma dura e dolorosa luta pela vida. A artista revelou em uma entrevista para o Fantástico, realizada pelo médico Drauzio Varella, a experiência de enfrentar a pré-eclâmpsia, uma complicação grave e silenciosa da gestação que quase custou a sua vida, na tentativa de salvar a de sua filha Sofia, que nasceu no dia 2 de fevereiro, mas faleceu três dias depois. Lexa ressaltou que quis conceder a entrevista na intenção de alertar outras mães sobre o risco da doença.
O início da gravidez e o diagnóstico da pré-eclâmpsia
Lexa comentou que a sua gravidez foi muito planejada e compartilhou com seus seguidores nas redes sociais que sua filha foi muito desejada. “Foi um sonho muito calculado, muito quisto e muito mentalizado”, contou. Desde o começo, ela seguiu rigorosamente todas as orientações médicas, fez exames de rotina e tudo foi muito bem assistido, além de seguir o pré-natal à risca.
Lexa relata os sintomas da sua pré-eclâmpsia ao Dr. Drauzio Varella #Fantástico pic.twitter.com/tBVSBfj8C1
— TV Globo 📺 (@tvglobo) February 24, 2025
No entanto, mesmo se sentindo saudável, a pressão arterial de Lexa começava a apresentar índices que chamaram a atenção de sua médica. “Meus exames estavam todos ok, mas minha pressão sempre dava 12 por 8, 13 por alguma coisa. Isso incomodava a minha doutora”, explicou Lexa. Diante do risco iminente, foi recomendado um exame para identificar sinais de pré-eclâmpsia, e resultado mostrou um alto índice de risco para a condição.
Com todas as complicações que já comprometiam a Lexa e Sofia, um dos médicos responsáveis a orientou que a saúde da mãe é sempre prioridade em casos assim, e ela foi até o fim na tentativa de reverter a situação. “O médico entrou e falou assim, olha, eu preciso te falar isso, mas na medicina a gente sempre vai escolher a mãe. E aí eu falei, eu vou até o meu limite, se possível. E eu realmente beirei a morte tentando salvar minha filha”, diz a cantora.
O que é a pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma complicação grave da gravidez que afeta principalmente a pressão arterial, mas que também pode prejudicar outros órgãos como os rins, o fígado e o cérebro da gestante. É uma condição silenciosa e, muitas vezes, não apresenta sintomas evidentes. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, pode levar a complicações fatais, como a síndrome HELLP, que afeta o fígado e as plaquetas sanguíneas da gestante.
A internação e a luta pela vida
Após o diagnóstico, Lexa foi internada com 24 semanas de gestação, onde foi o início de uma luta constante. “Eu estava ali lutando, semana a semana, para segurar a gestação, porque eu sabia que quanto mais tempo a Sofia ficasse na minha barriga, mais chances ela teria de sobreviver”, disse. A cantora passou 17 dias internada, sendo 4 deles na UTI, e enfrentou momentos extremamente difíceis. Ela desenvolveu a síndrome HELLP, uma forma grave da pré-eclâmpsia, que fez seu fígado começar a falhar.
“Eu lembro de sentir uma dor de estômago muito forte, minha dor de cabeça não passava, minha mão já não estava fechando mais”, relatou a artista. A situação se agravou rapidamente, e, com risco iminente de vida, os médicos decidiram que o parto precisava ser realizado imediatamente.
O nascimento de Sofia e a dor da perda
As complicações de Lexa foram muito sérias. O parto foi realizado, mas, infelizmente, a bebê não resistiu. Sofia nasceu no dia 2 de fevereiro, mas, após três dias de vida, faleceu. “A minha filha nasceu com todas as coisas que eu estava sentindo. Ela nasceu com rins comprometidos, com fígado, com a pressão alterada. Muito pequenininha, mas muito linda”, diz. Para Lexa e Ricardo, a dor da perda foi incomensurável.
Em sua entrevista, Lexa compartilhou seu sofrimento, mas também sua esperança de que a dor se tornasse um processo de cura. “Eu creio mesmo que coisas boas acontecerão”, disse ela, tentando reunir forças para seguir em frente.
Lexa: "Eu entendi que na vida a gente não tem controle sobre o amanhã mesmo, mas eu creio, eu creio mesmo, que coisas boas acontecerão" #Fantástico pic.twitter.com/TRK0s7zBqw
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A importância do pré-natal para prevenir a pré-eclâmpsia
O relato de Lexa levanta um ponto fundamental sobre a importância do acompanhamento médico durante a gestação e atenção à doença que a comprometeu. Segundo o médico Drauzio Varella, a pré-eclâmpsia ainda é uma das principais causas de morte materna no Brasil. Portanto, o pré-natal é essencial para identificar sinais precoces de complicações como a hipertensão, que pode ser um dos primeiros sintomas da doença.
“Assim que você souber que está grávida, comece o pré-natal. O Ministério da Saúde recomenda pelo menos seis consultas durante os nove meses”, afirmou o médico. Além disso, o acompanhamento médico permite que gestantes com risco de pré-eclâmpsia sejam monitoradas com mais cuidado e, se necessário, encaminhadas para hospitais com mais recursos.
Fatores de risco e prevenção
Embora existam fatores de risco conhecidos para a pré-eclâmpsia, como pressão alta, obesidade e diabetes, a doença pode afetar qualquer mulher grávida, mesmo aquelas sem histórico de complicações. Por isso, a detecção precoce é crucial. Recentemente, o Ministério da Saúde recomendou a suplementação de cálcio para gestantes, o que pode ajudar a reduzir o risco de pré-eclâmpsia. Alimentos como leite e brócolis são fontes naturais de cálcio que devem ser consumidos regularmente.
O luto e a força de seguir em frente
Mesmo diante da perda, Lexa compartilhou um importante aprendizado: a vida é imprevisível e, às vezes, não podemos controlar o que acontece. Mas o mais importante é encontrar forças para continuar. “Eu tô vivendo a minha dor, ela é grande, mas ela parece não ter fim. Mas é um processo e, daqui a pouco, eu preciso juntar meus cacos, meu quebra-cabeça sem peça, e continuar”, declarou a cantora.
Sua história de luta contra a pré-eclâmpsia serve como alerta para todas as gestantes. O pré-natal é uma ferramenta fundamental para garantir que a gravidez siga o melhor caminho possível, e a detecção precoce pode salvar vidas.
Se você está grávida ou planeja engravidar, não deixe de fazer o acompanhamento médico regularmente. A saúde da mãe e do bebê é prioridade, e as complicações podem ser evitadas com o devido cuidado.