O ator Raul Gazolla, atualmente com 69 anos, trouxe à tona memórias dolorosas em uma entrevista à revista Veja, publicada recentemente. Ele abriu o coração ao relembrar o assassinato de sua companheira na época, a atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. O crime chocante aconteceu em 1992 e teve como autores Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.

Reação à morte do assassino
Durante a conversa, Raul compartilhou seu sentimento ao saber da morte de Guilherme de Pádua, ocorrida em novembro de 2022 em decorrência de um infarto. Sem rodeios, o ator confessou:
“Eu agradeci ao universo e disse ‘Poxa, o mundo respira melhor hoje. Partiu alguém que nem deveria ter nascido’.”
Segundo ele, foi somente após mais de três décadas que viu Glória Perez sorrir novamente. A dor deixada pelo crime afetou profundamente a família de Daniella, incluindo o pai da atriz, que segundo Gazolla, “sucumbiu e morreu de tristeza”.
Prisão perpétua para criminosos perigosos
Embora não defenda a pena de morte como regra geral, Gazolla é firme ao afirmar que certos crimes não podem ser tratados com leniência. Em seu ponto de vista, indivíduos como Guilherme de Pádua representam uma ameaça constante à sociedade:
“Assassinos como ele não podem conviver na sociedade, têm que ter prisão perpétua.”
Ele argumenta que, quando há uma condenação por assassinato brutal com características de psicopatia, a permanência do criminoso na prisão protege a sociedade de novos ataques. Para Gazolla, esse tipo de pessoa apresenta risco contínuo, e a liberdade condicional não deveria ser uma opção.
“Não sou monge, não sou Deus”
Ao tocar no tema do perdão, o ator não esconde sua posição. Ele se considera incapaz de perdoar os responsáveis por tamanha crueldade:
“Quem perdoa é Deus, não sou Deus. No meu ponto de vista, essas pessoas não podem estar livres na sociedade, frequentando o mesmo cinema que você, o mesmo restaurante que você.”
A crítica é voltada, principalmente, à forma como criminosos condenados acabam reintegrados à sociedade após poucos anos de prisão, sem que a maioria das pessoas sequer reconheça seus rostos ou saiba de seu histórico.

O crime que parou o Brasil
Daniella Perez foi assassinada de forma brutal no dia 28 de dezembro de 1992, aos 22 anos de idade. Na época, estrelava a novela De Corpo e Alma, escrita por sua mãe. O crime foi cometido por Guilherme de Pádua, que contracenava com ela, e sua então esposa, Paula Thomaz.
A jovem foi atacada com 18 golpes de punhal, e a violência do caso causou comoção nacional. Pádua foi condenado a 19 anos de prisão e Paula, a 18 anos e meio. No entanto, ambos passaram apenas cerca de sete anos atrás das grades e logo foram colocados em liberdade condicional.










