Nesta segunda-feira, 2 de junho, a apresentadora Tati Machado reapareceu nas redes sociais e compartilhou um dos momentos mais difíceis de sua vida: a perda do seu filho Rael, já reta final da gravidez. Em um texto emocionante, ela falou pela primeira vez sobre como tem sido viver essa dor profunda e como tem buscado ressignificar o luto.
Quando o coração aperta e o silêncio responde
Tati começou seu relato com palavras fortes. Ela descreveu a dor da perda como uma ferida aberta no coração, uma dor que não tem nome, explicação ou consolo imediato. “Levo no coração uma ferida acesa”, escreveu. E com essa frase, milhares de pais que já passaram por algo parecido se sentiram compreendidos, mesmo na imensidão do silêncio.
Ela falou sobre o quanto estava feliz e pronta para a chegada do filho. Rael era um sonho antigo, que já fazia parte da vida do casal muito antes de nascer. Mas, de repente, tudo mudou. O bebê parou de se mexer e Tati teve que passar pelo trabalho de parto, mesmo sabendo que não voltaria para casa com o filho nos braços.
O amor nasceu antes do primeiro choro
Apesar de toda a dor, o amor de Tati e Bruno por Rael é o fio que segura tudo. Ela descreve o nascimento como o primeiro e último encontro com o filho, um encontro cheio de amor, mesmo em meio à despedida. Rael, segundo ela, era a mistura perfeita do casal, grande como o pai e cheio de promessas não vividas.
Durante o trabalho de parto, o casal trocou olhares e palavras de força, prometendo um ao outro que conseguiriam encontrar um novo significado para tudo aquilo. E estão tentando, dia após dia, com coragem e afeto, mesmo entre lágrimas e noites mal dormidas.
Quando tudo ao redor ainda lembra
O retorno para casa escancarou o vazio. A rotina construída com tanto carinho para a chegada do bebê agora dói. O histórico do GPS ainda mostra o caminho para as consultas, as músicas favoritas continuam tocando, as roupas de grávida estão no varal, e o travesseiro especial ainda está na cama. Tudo remete àquele momento que deveria ser de alegria.
Tati descreve como é difícil ver tudo isso sem Rael. O corte é seco, abrupto, e a ausência é física, visceral. Os movimentos na madrugada, os beijos na barriga, o cheirinho de bebê, tudo ficou, menos ele.
Transformando o luto em luta
Mesmo no meio da dor, Tati encontrou força na corrente de amor que recebeu de tantas pessoas. Leu cada mensagem, cada oração, cada relato de pais que também vivem ou viveram essa dor. E, com isso, nasceu nela uma vontade: transformar o luto em luta.
Ela quer ajudar outras famílias que passam por esse tipo de perda em silêncio. Quer dar voz à dor que muitos não conseguem expressar. E, acima de tudo, quer manter vivo o amor por Rael, que nasceu antes do primeiro choro e continuará existindo muito além do último suspiro.
“Eu sou mãe”, ela afirma com convicção. Mesmo que o tempo tenha sido curto, a transformação foi profunda. E é por Rael, esse amor tão real, que ela promete continuar vivendo, respirando e lutando, um dia de cada vez.