Virginia Fonseca, influenciadora digital e apresentadora de 26 anos, abriu o coração em entrevista no canal Em Pé com Fernanda Gentil ao falar sobre sua experiência familiar com o pai, Mário Serrão, falecido em 2021. A influenciadora revelou que teve uma convivência difícil com ele durante a maior parte da vida.
“Minha relação com meu pai era muito ruim”, afirmou Virginia, ao relembrar a dinâmica familiar. Segundo ela, o jeito rígido e a postura autoritária de Mário foram grandes obstáculos para o vínculo afetivo entre os dois. A relação só começou a melhorar nos últimos anos antes de sua morte, o que ela atribui a uma mudança de perspectiva pessoal.

A figura paterna ausente emocionalmente
Mário, que enfrentou momentos difíceis por ter participado de uma guerra, trazia consigo marcas emocionais que, de acordo com a filha, refletiam diretamente em sua forma de se relacionar. Ele era, segundo Virginia, uma pessoa pouco afetuosa, fechada emocionalmente e com atitudes consideradas duras.
“ Ele era muito grosso, mente fechada e muito bravo. Ele participou da guerra e tinha alguns traumas, e não era de dar carinho. Isso me deixava muito brava com ele. Eu não conseguia aceitar essa relação dele comigo”, contou a influenciadora. Ela ainda revelou que chegou a dizer à mãe “Eu odeio meu pai”, por não conseguir lidar com a frieza com que era tratada. Apesar disso, Mário sempre foi presente materialmente e atendia aos pedidos da filha.
O contraste com a mãe e a virada de chave
Enquanto a relação com o pai era distante, Virginia sempre teve uma convivência mais afetuosa com a mãe, Margareth Serrão. Ela contou que a mãe tinha forte influência dentro de casa, e era quem tomava as decisões. “Minha mãe mandava em tudo, e meu pai aceitava”, explicou.
Foi após sair de casa e iniciar a vida independente que Virginia passou a ver o pai com outros olhos. Essa mudança foi fundamental para que ela começasse a construir uma nova forma de se relacionar com ele. “Comecei a ir atrás, a abraçar, a demonstrar carinho. Ele achava estranho, mas eu fazia mesmo assim”, relatou.
Entendimento com o tempo
Com o amadurecimento, Virginia passou a entender que o pai apenas replicava comportamentos que também sofreu. Ela percebeu que a falta de afeto vinha de uma ausência de referências emocionais. “Ele não sabia dar amor porque também não recebeu”, refletiu.
A influenciadora revelou que essa conscientização foi essencial para que ela quebrasse o ciclo e desenvolvesse uma relação afetuosa com suas filhas. “Minha mãe é muito amorosa, e por isso tento ser ainda mais com minhas meninas”, afirmou.

Gratidão pelo recomeço
Apesar das dificuldades, Virginia valorizou os últimos anos ao lado do pai. Ela contou que, aos 19 anos, finalmente começou a se aproximar dele de forma mais leve. Foram três anos de reconstrução emocional que marcaram profundamente sua vida.
“Sou grata a Deus por ter tido tempo de viver isso com ele”, disse emocionada. Embora a relação tenha começado marcada por mágoas, o tempo permitiu que ambos se reconectassem. Para Virginia, esse processo foi um importante aprendizado sobre empatia, perdão e ressignificação.