Eu poderia gastar todas as linhas deste espaço tentando te provar que fui transformado pelo amor dos meus filhos. Usar mil e poucas palavras para te emocionar com a primeira vez em que meu filho tocou na minha ferida e a curou com seu olhar amoroso.
Decidi não gastar seu tempo com a minha história. Você não precisa acreditar em mim. Mas pode confiar nos estudos que comprovam os efeitos da figura paterna presente na vida de um filho.
As conclusões aquecem o coração: filhos criados com pai presente têm menos propensão à depressão, desenvolvem menos ansiedade e insegurança e têm maior regulação emocional durante a vida adulta.
Os dados também alertam: meninos criados sem envolvimento paterno têm 14 vezes mais chances de cometer estupro, 20 vezes mais chances de terminar na prisão e 5 vezes mais risco de cometer suicídio. Já li um levantamento informal feito por um delegado de polícia: 92% dos homens reclusos no Presídio estudado não tiveram pai presente.

Ok, você é daqueles que só acreditam colocando na ponta do lápis. Então vamos para os números: esse pessoal que calcula investimentos, gastos, etc, já concluiu que cada dólar gasto na primeira infância reverte em cinco dólares na fase adulta. Sai caro se abster diante das necessidades de um filho.
Mas se isso tudo não te convencer, apelo para o seu egoísmo. Sim, um pai presente e afetuoso é, ele próprio, um dos maiores beneficiados pela parentalidade. O cuidado diário, os vínculos e conexões emocionais que estabelece com o rebento transformam até mesmo o cérebro do homem. A tal na neuroplasticidade altera a estrutura do cérebro do pai (e da mãe) que vive intensamente a parentalidade.
É a famosa relação “ganha-ganha”. Ou seja, não há perdedores quando um homem assume seu papel de pai.
Eu sei. A caminhada pela conversão ainda é longa. Mas espero ter entregado mais alguns argumentos, caso o sorriso do seu filho ainda não tenha te convencido do óbvio: se você tem um filho, seja pai!