Quando uma mulher se submete a uma cesárea, muitas vezes o foco está no nascimento do bebê, e a cicatrização da mãe acaba sendo algo deixado de lado. Mas, embora a cesárea seja um procedimento bastante comum, ela envolve cuidados importantes, especialmente quando falamos sobre as 7 camadas que são cortadas durante a cirurgia. Vamos entender mais sobre essas camadas e o que é necessário para uma recuperação saudável?
A cesárea não é “só um cortezinho”
Quando o obstetra fala sobre a cesárea, não é difícil imaginar apenas o corte na barriga, mas é importante saber que a cirurgia envolve muito mais do que isso. O Dr. Wagner Hernandez, ginecologista e obstetra, explica que para acessar o bebê, são feitas incisão em sete camadas do corpo da mãe, o que pode tornar o processo de cicatrização mais longo e complexo.
Primeiro, a pele é cortada, seguida pela gordura (subcutâneo), e depois dois tipos de tecidos chamados aponeuroses, que conectam os músculos aos ossos. A seguir, os músculos abdominais são afastados, mas não cortados. Depois, a cirurgia passa por duas camadas de peritônios, que envolvem os órgãos internos, até finalmente chegar ao útero. E por isso, é fundamental tratar cada camada com o cuidado que ela merece.
Cicatrização das camadas
Embora o corte na pele seja o mais visível, as camadas internas também merecem atenção. O corte no útero é uma das áreas mais importantes: ele precisa cicatrizar bem, pois isso vai garantir que a mãe possa ter outra gestação no futuro com mais segurança. Por isso, os médicos recomendam que a mulher espere pelo menos 18 meses antes de engravidar novamente, para garantir que tudo se cure adequadamente.
Além disso, as aponeuroses, que são extremamente fortes e sustentam toda a área abdominal, precisam de uma cicatrização de qualidade. Se isso não acontecer, pode ocorrer uma hérnia abdominal. Já os peritônios e a pele subcutânea se recuperam mais rapidamente, com a pele muitas vezes cicatrizando em apenas 7 dias.
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A incisão: horizontal ou vertical?
Na grande maioria das cesáreas, a incisão é feita horizontalmente, na parte inferior da barriga, perto do púbis. Esse tipo de corte costuma ter uma cicatrização melhor e permite uma maior chance de um parto normal subsequente, caso a mulher queira tentar. Já a incisão vertical é mais comum em outros países, como o Japão, e é usada principalmente em casos de urgência, pois tende a sangrar menos e afetar menos nervos.
Cuidados pós-cesárea: dicas essenciais para a recuperação
É importante lembrar que a recuperação de uma cesárea envolve mais do que só esperar a cicatrização da pele. Para garantir que as camadas internas também se recuperem bem, os cuidados são essenciais.
- Evite esforços físicos: O repouso é fundamental, principalmente durante o primeiro mês ou 40 dias, para dar tempo para as camadas internas se curarem corretamente.
- Mantenha a área limpa: Cuidar da higiene do local é crucial para evitar infecções. A área da incisão precisa ser limpa de forma delicada e adequada, especialmente nos primeiros dias.
- Acompanhamento médico: Após o parto, o obstetra realizará exames periódicos para acompanhar a cicatrização e liberar a mãe para retomar suas atividades diárias aos poucos.
- Não ignore sinais de complicação: Se houver sinais de infecção, como dor intensa, secreção ou febre, procure ajuda médica imediatamente.