Nem sempre o caminho até a maternidade é simples. Para muitas mulheres, o desejo de ter um filho esbarra em desafios físicos, emocionais ou sociais. A boa notícia é que a medicina reprodutiva está aí, cheia de recursos incríveis para ajudar a tornar esse sonho possível, mesmo quando a natureza impõe algumas barreiras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 em cada 6 pessoas ao redor do mundo enfrenta alguma dificuldade para ter filhos. No Brasil, esse número gira em torno de 15% da população adulta. Mas, felizmente, vivemos numa era em que a ciência pode fazer verdadeiros milagres.
“Hoje entendemos que maternidade não se resume à gestação natural. Existem múltiplas formas de amar e criar um filho, e a medicina tem sido uma grande aliada nesse processo”, afirma o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista e referência em reprodução assistida.

Fertilização in vitro
A fertilização in vitro (FIV) é um dos métodos mais populares. Os óvulos e espermatozoides dos pais são coletados e depois são fertilizados em laboratório, e então, o embrião é inserido no útero da mulher. Essa técnica tem ajudado milhares de casais, inclusive os homoafetivos, a realizar o sonho da parentalidade.
Lara e Gisela, por exemplo, optaram por esse caminho. E hoje são mães de um menino que representa o amor e a parceria entre elas. “A FIV não é apenas uma questão de ciência, mas de afeto. O mais importante é o laço que criamos juntos”, contam, cheias de emoção.
Compartilhamento de óvulos
Outra alternativa procurada é a ovodoação, especialmente para mulheres com baixa reserva ovariana ou em idade mais avançada. Funciona assim: uma mulher doa óvulos para outra que, apesar das dificuldades reprodutivas, pode levar a gravidez adiante.
Ana vive essa história. Aos 53 anos, ela imaginava que nunca mais teria a chance de ser mãe. Mas com apoio médico e tratamento adequado, engravidou. “Achava que esse capítulo da minha vida tinha sido encerrado. Mas a medicina me provou o contrário”, relembra, feliz.
O Dr. Vamberto ressalta: “Gestar acima dos 40 exige cuidado redobrado. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável em todas as fases da gestação.”
Barriga solidária
A barriga solidária é uma alternativa para mulheres que não podem engravidar por motivos de saúde. Uma pessoa se dispõe a gerar o bebê, sem qualquer vínculo genético com a criança e no Brasil a prática é permitida, desde que não tenha nenhum objetivo financeiro envolvido.
Sandra nasceu com uma condição rara que a impede de engravidar. Sua prima decidiu ajudá-la, tornando-se barriga solidária. “Mais do que um favor, foi um ato de amor. Ela realizou o meu sonho mais profundo”, diz Sandra, emocionada.
Criopreservação Seminal
O congelamento de espermatozoides — ou criopreservação seminal — é uma técnica que permite preservar a fertilidade masculina por tempo indeterminado. É uma escolha frequente antes de cirurgias, tratamentos médicos ou para quem quer planejar a paternidade.
Maria Deolinda utilizou esse recurso após a morte repentina do marido. Com os espermatozoides congelados, ela seguiu com o projeto de formar sua família. “Como diz o Dr. Vamberto, nenhuma mulher é infértil por essência. Às vezes, é só uma questão de tempo, ciência e persistência.”
Método ROPA: gestação compartilhada
O método ROPA é muito especial para casais homoafetivos femininos. Uma doa os óvulos, e a outra carrega a gestação. Dessa forma, ambas participam biologicamente da criação do bebê.
Adriana enfrentou muitos problemas ginecológicos desde nova, mas nunca perdeu a esperança. Com a ovodoação da parceira e o acolhimento de sua equipe médica, especialmente do Dr. Vamberto, ela conseguiu realizar seu sonho. “Não foi uma jornada fácil, mas tive apoio e empatia em cada etapa. Isso fez toda a diferença.”

Maternidade em suas múltiplas formas
A medicina reprodutiva tem transformado vidas e permitido que o sonho de formar uma família aconteça das mais diversas formas. Biologia, genética ou gestação? Tudo isso importa, claro. Mas nada supera o poder do amor, da conexão e da vontade de cuidar.
Como resume o Dr. Vamberto: “O que define uma mãe não é a forma como o bebê chega ao mundo, e sim a capacidade de amar, acolher e estar presente.”