Falar sobre adoção também é falar sobre amor. Muitas vezes, esse gesto envolve escolhas difíceis, mas que são feitas para colocar o bem-estar da criança em primeiro lugar.
Afinal, quando uma mãe decide entregar o filho para a adoção, o que parece ser abandono é, na verdade, um ato de coragem e cuidado. Portanto, essa escolha merece ser entendida sem julgamentos.
Na sequência, você acompanha o relato da Maria (nome fictício), uma mulher de 28 anos que decidiu entregar sua bebê para a adoção. A história é real e foi publicada pelo UOL no Instagram.
A história de Maria
Maria (nome fictício), de 28 anos, descobriu que estava grávida depois de uma relação sem proteção. Ela mora em Goiana, no interior de Pernambuco, e já tem uma filha pequena, de 1 ano. Além disso, enfrenta grandes dificuldades no sustento da família.
Maria não tinha condições financeiras de cuidar de mais um bebê, mas pela lei, também não poderia interromper a gravidez. Então, ela tomou uma decisão corajosa, pensando no que seria melhor para a segunda filha: resolveu entregá-la para adoção.
A decisão
Assim que confirmou a gravidez, Maria informou ao pai da criança, a família e aos amigos sobre sua decisão. “Decidi entregar o bebê à adoção e comecei a fazer o pré-natal em junho. Já sei que é uma menina”, contou.
Para ela, a decisão não veio da falta de amor, e sim do desejo de dar uma vida melhor à filha.
Maternidade além do amor
Durante a gestação, Maria passou por momentos difíceis. “Muitas vezes, não tinha o que comer. Que mãe quer isso para um filho?“, explicou. Pensando na bebê, percebeu que só o amor não seria suficiente para garantir uma vida digna a ela.
Então, confirmou sua escolha de entregar a filha a uma família realmente preparada para recebê-la.
Como funciona a entrega?
A entrega voluntária é um direito garantido por lei. Toda mulher pode optar por isso antes do parto ou logo depois dele. Por isso, é muito importante ressaltar que entregar uma criança à adoção não é crime nem abandono.
O primeiro passo é procurar órgãos como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou a Vara da Infância e da Juventude. Lembre-se de que não é possível escolher a família para a qual a criança irá.
O processo continua com o encaminhamento do bebê às famílias cadastradas no sistema de adoção, que passam por avaliações e são preparadas para assumir essa responsabilidade.
Quebrando preconceitos
Infelizmente, muitas mulheres que tomam essa decisão ainda enfrentam olhares de julgamento. Mas Amanda Ramos, advogada especialista em processos de adoção, reforça: “Não se trata de crime ou abandono, mas de um direito previsto em lei. A sociedade tem de rever preconceitos e começar a entender a grandeza por trás dessa atitude”.
Afinal, a entrega voluntária precisa começar a ser vista como um ato de amor, não como consequência da falta dele.
O que fica dessa história?

A trajetória da Maria mostra como a adoção é um caminho possível, especialmente quando é motivada pelo cuidado e pela esperança. Ao abrir mão da criação da filha, ela garantiu que a menina cresça em um lar estruturado, que possa cuidar dela da melhor maneira possível.
Lembre-se de que cada história de entrega é única, mas todas têm em comum o altruísmo de pensar no futuro da criança acima de qualquer coisa.
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