A influenciadora Juliana Perdomo foi internada na última sexta-feira, 26 de julho, durante o parto do seu terceiro filho, após sofrer uma embolia amniótica. Desde o ocorrido, ela segue entubada e sedada, mas o recém-nascido, Zac, está bem.

A Embolia Amniótica é uma complicação extremamente rara que ocorre quando o líquido amniótico, que possui células e tecido do feto do bebê, entra na corrente sanguínea da mãe. De acordo com o Ministério Público, essa condição tem alto índice de mortalidade materna, aproximadamente 80% dos casos.
Os sintomas dessa complicação podem conter hipotensão arterial, que consiste na queda da pressão arterial ou tontura quando o cérebro não recebe sangue suficiente, edema pulmonar agudo, que é o excesso de líquido nos pulmões, parada cardiorrespiratória e convulsão.

“O líquido ou tecido pode causar uma reação grave na gestante. A reação costuma ocorrer durante o trabalho de parto ou logo após. A mulher pode apresentar batimentos cardíacos acelerados, ritmo cardíaco irregular, pressão baixa e dificuldade em respirar”, explicou o Ministério Público.
“A apresentação clínica inicial mais frequente é a de dispneia súbita e hipotensão, seguida, dentro de minutos, por parada cardiorrespiratória. Em mais de 50% dos casos, os eventos iniciais são acompanhados por convulsões. Metade de todas as pacientes morrem dentro de uma hora após o início dos sintomas, e nas que sobrevivem, não são raros os danos neurológicos secundários à hipóxia”, acrescentou o órgão.

Ainda não se sabem quais são as causas da embolia amniótica, isso por se tratar de uma condição rara e difícil de ser estudada, porém, existem alguns fatores que podem agravar a situação.
Dentre esses fatores estão, idade materna avançada, gestação de gêmeos, excesso de líquido amniótico, placenta na posição errada, ruptura prematura da placenta, lesão abdominal, eclâmpsia, que são convulsões que podem acontecer durante a gravidez, parto induzido ou por cesárea, e laceração no colo de útero.

A embolia amniótica pode causar diversas complicações para a mãe e para o feto, como insuficiência cardíaca e pulmonar, convulsões, perda da consciência e sangramento excessivo. Além disso, a mulher ainda pode passar por uma coagulação intravascular disseminada, que é uma condição patológica que atinge a coagulação sanguínea, acidente vascular cerebral (AVC), parada cardíaca, dano cerebral e morte.
Como é feito o diagnóstico?

A condição da embolia amniótica pode ser diagnosticada através de uma avaliação médica dos sintomas e exames de sangue. Além disso, também podem ser pedidas outras análises para avaliar possíveis danos pela complicação, como o eletrocardiograma, oxímetro do pulso, para avaliar os níveis de oxigênio no sangue, raio x do tórax, e o ecocardiograma, para avaliar o funcionamento do coração.
Tratamento

Diante do nível de emergência do caso, exige uma assistência urgente de uma equipe de cuidados intensivos. Em alguns casos é necessário que seja feita uma transfusão de sangue e hemoderivados, que são medicamentos produzidos a partir do plasma humano, além da injeção de coagulação para estancar sangramentos e a ressuscitação cardiorrespiratória da gestante em alguns casos.
Em outros casos em que a mulher está com a gestação avançada e com risco de vida para grávida, fazer o parto pode ser essencial para manter a vida da mãe e do bebê. Nesse caso, a paciente pode receber medicações para induzir contrações e acontecer o parto
Existe prevenção?

De acordo com a Cleveland Clinic, centro médico acadêmico americano de referência com sede em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos, não existe nenhum tipo de prevenção para embolia amniótica, pois a causa ainda é desconhecida. O máximo que a gestante pode fazer é ter um bom plano de parto com um médico de confiança e com a família, para se prepararem no caso de qualquer emergência médica antes ou durante o parto.