Essa planta medicinal pode ser uma alternativa para o tratamento da SOP

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP), um distúrbio hormonal que afeta entre 8% e 13% das mulheres em idade reprodutiva no mundo, pode ter uma nova aliada no tratamento: a Artemísia. Conhecida por suas propriedades antimaláricas, a planta tem se mostrado promissora no combate aos sintomas da SOP, de acordo com um estudo publicado na revista Science.

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O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Fudan, na China, testou os efeitos de compostos derivados da Artemísia, chamados artemisininas, em camundongos e em pacientes humanos. Os resultados foram animadores: tanto nos modelos animais quanto nas mulheres que participaram do estudo, observou-se uma redução significativa nos níveis
de testosterona e outros hormônios relacionados à SOP.

Nos camundongos, as artemisininas induziram a degradação da CYP11A1, uma enzima fundamental na produção de testosterona. Essa ação resultou em ciclos menstruais mais regulares e aumento da fertilidade nos animais.

Em um grupo de 19 mulheres, a administração de diidroartemisinina, um medicamento comum para malária, por 12 semanas, também levou à regularização dos ciclos menstruais, sem efeitos colaterais significativos.

Embora os resultados sejam promissores, especialistas alertam que mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia da Artemísia no tratamento da SOP. O ginecologista Luiz Brito, professor da Faculdade de Medicina da Unicamp, ressalta a necessidade de estudos com um número maior de pacientes para determinar se a medicação se consolidará como uma nova opção terapêutica.

A endocrinologista Andrea Dunaif, da Icahn School of Medicine em Mount Sinai, recomenda cautela e adverte contra a compra de extratos de Artemísia pela internet para tratar a SOP.

Entendendo a SOP

A SOP é uma condição complexa, cuja causa exata ainda não é totalmente compreendida. Acredita-se que fatores genéticos, alterações hormonais, resistência à insulina e fatores ambientais contribuam para o seu desenvolvimento.

A principal característica da SOP é a alteração no ciclo menstrual, com anovulação frequente, ou seja, a mulher não ovula regularmente. Isso leva a ciclos menstruais irregulares, com menor frequência ou até mesmo ausência de menstruação.

Outros sintomas comuns incluem:

• Aumento de pelos no corpo e rosto (hirsutismo)
• Acne
• Infertilidade
• Obesidade
• Tratamentos atuais para a SOP

Atualmente, o tratamento da SOP visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente. As opções terapêuticas incluem:

• Mudanças no estilo de vida: alimentação saudável, prática regular de
  exercícios físicos e perda de peso
• Anticoncepcionais orais: para regular o ciclo menstrual e reduzir os
  níveis de andrógenos
• Indutores de ovulação: para mulheres que desejam engravidar
• Tratamentos específicos para hirsutismo e acne
• Metformina: medicamento para diabetes que pode ajudar a melhorar a resistência à insulina

A artemísia como potencial terapia complementar

A artemísia ( Artemisia vulgaris ), também conhecida como camomila-do-campo, erva-de-fogo ou rainha-das-ervas, é uma planta medicinal comumente utilizada para tratar diversos problemas de saúde, como menstruação irregular, cólicas menstruais e ansiedade. Seus
benefícios se devem às suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antiespasmódicas e antissépticas.

A pesquisa com a Artemísia sugere que a planta pode atuar em diferentes frentes no tratamento da SOP:

• Redução dos níveis de testosterona e outros andrógenos
• Melhora da resistência à insulina
• Regularização dos ciclos menstruais

Chá de artemísia:
Ingredientes:
2 colheres de sopa de folhas secas de artemísia
1 litro de água fervente

Modo de preparo:
Adicione as folhas de artemísia à água fervente.
Deixe em infusão por 10 minutos.
Coe o chá e espere amornar antes de beber.
Recomenda-se consumir de 2 a 3 xícaras por dia.

Benefícios do chá de artemísia:

• Auxilia no tratamento de má digestão, febre, cólicas menstruais e
  intestinais, dor de cabeça e ansiedade.
• Possui propriedades estimulantes para o útero, ajudando a regular a menstruação e aliviar cólicas.
•  Estudos indicam que a artemísia pode ser benéfica para pessoas com doença de Crohn, devido à sua ação anti-inflamatória.

 A artemísia também pode ser utilizada em compressas para tratar feridas e irritações na pele, mas não deve ser aplicada em feridas abertas ou sangrando.

Cuidados importantes:

É fundamental destacar que o uso da artemísia, assim como qualquer planta medicinal, deve ser feito com orientação médica ou de um fitoterapeuta. A artemísia pode causar efeitos colaterais como convulsões, reações alérgicas e problemas no fígado e rins.

A planta é contraindicada para gestantes, pois pode causar contrações uterinas e aborto, e para mulheres em amamentação. Pessoas com alergia à artemísia ou a outras plantas da família Asteraceae, como ambrósia, crisântemo, malmequer, margarida e girassol, também devem evitar o seu uso.

Lembre-se: A automedicação pode ser prejudicial à saúde. Consulte um profissional de saúde antes de utilizar qualquer planta medicinal.

Aguardando novas descobertas

Embora os resultados iniciais com a Artemísia sejam promissores, é fundamental aguardar a conclusão de estudos mais amplos e rigorosos para confirmar sua segurança e eficácia no tratamento da SOP.

É importante destacar que o uso de qualquer medicamento, incluindo medicamentos à base de plantas, deve ser feito sob orientação médica. A automedicação pode ser perigosa e trazer riscos à saúde.

Fontes: CNN Brasil; Grupo Rede D'or; Metrópoles

Saiba mais sobre o assunto no site Juntos na Saúde.