A incontinência urinária na gravidez é um incômodo comum que afeta muitas mulheres. Alterações hormonais, aumento do útero e a sobrecarga na musculatura pélvica estão entre as principais causas desse problema. Entender por que isso acontece e como minimizar os impactos pode ajudar a atravessar essa fase com mais conforto e segurança.
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O que causa a incontinência urinária na gestação?
Durante a gravidez, o corpo passa por diversas transformações que podem impactar a função da bexiga. De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Nélio Veiga Junior, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela UNICAMP, existem três principais fatores que contribuem para a incontinência urinária:
- Alterações hormonais: O aumento dos hormônios progesterona e relaxina faz com que os músculos do assoalho pélvico e da uretra fiquem mais relaxados, reduzindo o controle urinário.
- Pressão do útero sobre a bexiga: Conforme o bebê se desenvolve, a bexiga fica comprimida, reduzindo sua capacidade de armazenar urina e aumentando a vontade de ir ao banheiro.
- Fraqueza do assoalho pélvico: O peso extra e a sobrecarga na musculatura podem diminuir a força e o controle da região, resultando em escapes involuntários de urina, especialmente ao tossir, espirrar ou realizar esforços físicos.
Além desses fatores, algumas mulheres podem ser mais propensas a desenvolver incontinência urinária durante a gravidez devido a condições preexistentes, como histórico de partos anteriores, sedentarismo ou predisposição genética. Mulheres que já apresentavam episódios de incontinência antes da gestação devem redobrar os cuidados preventivos.
Tipos de incontinência urinária durante a gravidez
O problema pode se manifestar de diferentes formas. Segundo Dr. Nélio, existem dois tipos principais:
- Incontinência urinária de esforço: Ocorre quando atividades como rir, tossir ou levantar peso aumentam a pressão sobre a bexiga, causando escapes involuntários de urina.
- Incontinência urinária de urgência: Caracteriza-se pela necessidade súbita e incontrolável de urinar, podendo impedir que a gestante chegue ao banheiro a tempo.
Em alguns casos, as gestantes podem apresentar uma combinação desses dois tipos, tornando os sintomas ainda mais incômodos no dia a dia.
Como prevenir e controlar a incontinência urinária na gravidez
Embora seja uma condição temporária para a maioria das mulheres, algumas estratégias podem ajudar a reduzir os sintomas:
- Fortalecimento da musculatura pélvica: Exercícios como os de Kegel e a fisioterapia pélvica são eficazes para melhorar a continência urinária. Esses exercícios podem ser feitos diariamente e ajudam a aumentar o controle sobre a bexiga.
- Hidratação equilibrada: Manter uma ingestão adequada de líquidos e evitar cafeína e bebidas gaseificadas pode reduzir a irritação da bexiga. Beber água ao longo do dia em pequenas quantidades pode ser mais eficiente do que ingerir grandes volumes de uma só vez.
- Controle do peso: O ganho de peso excessivo pode aumentar a pressão sobre a bexiga e os músculos pélvicos, agravando os sintomas. Alimentação equilibrada e atividades físicas adequadas para gestantes podem ajudar a evitar esse problema.
- Fisioterapia especializada: Em casos persistentes, a orientação de um fisioterapeuta especializado pode ser fundamental para fortalecer a musculatura e evitar complicações futuras. Algumas técnicas específicas podem ser indicadas para cada caso, garantindo melhores resultados.
- Evitar segurar a urina por longos períodos: Estabelecer uma rotina para ir ao banheiro pode ajudar a evitar escapes indesejados e a melhorar o controle da bexiga.
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E após o parto?
Algumas mulheres continuam apresentando sintomas de incontinência urinária mesmo depois do parto, especialmente aquelas que tiveram múltiplas gestações, independentemente da via de parto. “Caso os sintomas persistam, é essencial buscar orientação médica para avaliação e tratamento adequado”, reforça Dr. Nélio.
O período pós-parto pode exigir paciência e cuidados contínuos. Muitas mulheres experimentam uma melhora natural nos sintomas à medida que o corpo se recupera, mas, em alguns casos, pode ser necessário um tratamento mais específico. Técnicas como fisioterapia pélvica, mudanças na rotina alimentar e exercícios regulares podem ajudar a restaurar o controle urinário de forma mais eficiente.
A incontinência urinária na gravidez é um problema comum, mas que pode ser controlado com medidas preventivas e acompanhamento adequado. Contar com o suporte de profissionais especializados faz toda a diferença para garantir mais conforto e qualidade de vida durante e após a gestação.