Cinthia Calsinki é mãe de Matheus, Bianca e Carolina. Foi a maternidade que trouxe a realização profissional para ela, que é enfermeira obstetra com graduação, mestrado e doutorado pela Unifesp. Dessa vez, ela veio tirar todas as nossas dúvidas sobre mastite.
“Tenho três filhos e tive mastite nos dois últimos. Tive febre, senti muita dor e mal-estar. Mesmo assim, não interrompi a amamentação, tomei antibióticos e fiquei bem. O meu caso foi muito específico: por uso de sutiã inadequado. Foi doloroso, mas não desisti!” Cristiane Pires, mãe de Eduardo, Miguel e Isabel.
“Nos primeiros dias em casa tive febre e seios duros, quentes e doloridos. Além do antibiótico, tive que massagear os seios no banho quente. Percebi que fazendo isso desperdiçava muito leite e decidi doar. Foi a atitude mais gratificante que tive. A mastite pode ser um problema para alguns, mas a solução para outros” Fernanda Bustamante, mãe de Lívia.
“Tive candidíase mamária logo no início e a fissura aberta foi a porta de entrada para bactérias. O primeiro diagnóstico foi de ingurgitamento mamário, mas logo a mastite foi identificada. Fiz o tratamento correto e a amamentação continuou preservada apesar de tantos problemas” Aline de Souza, mãe de Anna.
A mastite é um processo inflamatório da mama que pode tornar-se infeccioso. Qualquer situação que cause o acúmulo de leite como mamadas menos frequentes (caso de introdução alimentar ou o bebê dormir por mais tempo, por exemplo), fissuras mamilares, chupetas, mamadeiras, esvaziamento inadequado das mamas, freio de língua curto, desmame abrupto, produção excessiva, sucção débil, uso de conchas, sutiã inadequado, amamentar com dedos em tesoura… Muitas coisas podem causar mastite!
A sensação pode ser local no início, com vermelhidão, calor, inchaço, sensibilidade aumentada e endurecimento. Mas pode evoluir para mal-estar geral, febre alta, calafrios, náuseas, dores musculares, taquicardia.
Qualquer que seja o sintoma mesmo que incerto, procure um profissional. Quanto antes a avaliação e início do tratamento, melhor o desfecho. Para evitar, a dica é ter a boa pega e posicionamento, amamentar em livre demanda, procurar esvaziar a mama evitando ingurgitamento, cuidados e tratamentos adequados para fissuras mamilares ou ductos obstruídos, e sempre realizar o autoexame da mama, ficar de olho nas áreas avermelhadas, doloridas ou sensíveis.
O tratamento varia de acordo com o caso, mas em geral são indicados analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos em associação com adequado manejo da amamentação.
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