A gravidez é cheia de descobertas e surpresas, e uma delas pode ser o polidrâmnio. Apesar do nome complicado, essa condição nada mais é do que um excesso de líquido amniótico dentro do útero.
O líquido amniótico é essencial para o desenvolvimento do bebê: protege contra impactos, ajuda no crescimento dos pulmões e sistema digestivo, e mantém a temperatura ideal. Mas quando ele está em excesso, ultrapassando 2 litros, pode ser sinal de que algo está fora do padrão e precisa ser acompanhado de perto pelo médico.
Essa condição afeta cerca de 1% das gestações e é diagnosticada por ultrassonografia, com base no Índice de Líquido Amniótico (ILA). Se esse número passar dos 25 cm, é considerado polidrâmnio e pode necessitar de avaliação médica.
Principais causas do polidrâmnio
Nem sempre é possível identificar o motivo exato para o excesso de líquido, mas algumas condições estão relacionadas ao problema:
- Malformações congênitass: Se o bebê tem alguma alteração que impede a deglutição do líquido amniótico, como a atresia de esôfago, o líquido pode se acumular.
- Diabetes gestacional: O aumento dos níveis de glicose no sangue da gestante pode levar à maior produção de líquido amniótico.
- Gravidez de gêmeos: Quando um dos bebês recebe mais sangue que o outro, o equilíbrio da quantidade de líquido pode ser afetado.
- Incompatibilidade sanguínea: Diferenças no fator Rh entre gestante e bebê podem levar a complicações e aumento do líquido amniótico.
- Problemas cardíacos do bebê: Alterações no coração fetal podem impactar o equilíbrio do líquido amniótico.
Sintomas e riscos do polidrâmnio
Em casos leves, a gestante pode nem perceber que há algo diferente. Mas quando o excesso de líquido é significativo, alguns sinais podem surgir:
- Sensação de pressão abdominal
- Dificuldade para respirar
- Inchaço nas pernas e mãos
- Desconforto ao deitar
Se não for monitorado corretamente, o polidrâmnio pode aumentar o risco de:
- Trabalho de parto prematuro
- Descolamento de placenta
- Prolapso do cordão umbilical (quando o cordão sai antes do bebê na hora do parto)
- Hemorragia pós-parto
- Complicações na posição do bebê dentro do útero

Como tratar o polidrâmnio?
O tratamento vai depender do grau do polidrâmnio e da sua causa. Se for leve, muitas vezes só o acompanhamento com exames regulares já é suficiente. Mas nos casos mais graves, pode ser necessário:
- Drenagem do líquido amniótico: Um procedimento chamado amniocentese pode ser feito para retirar parte do líquido e aliviar os sintomas.
- Uso de medicamentos: Em algumas situações, o médico pode prescrever remédios para reduzir a produção de urina do bebê e controlar o volume do líquido.
- Indução do parto: Se a situação for crítica, o parto pode ser antecipado para garantir a segurança da gestante e do bebê.
Como prevenir e monitorar essa condição?
Nem sempre o polidrâmnio pode ser evitado, mas algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:
- Controle do diabetes: Se houver histórico da doença, é fundamental manter os níveis de glicose controlados.
- Acompanhamento pré-natal regular: Consultas frequentes ajudam a detectar qualquer alteração no volume do líquido amniótico precocemente.
- Repouso quando indicado: Em alguns casos, descansar pode ajudar a evitar o trabalho de parto prematuro.
O mais importante é manter um acompanhamento médico adequado para garantir uma gravidez tranquila e segura. O polidrâmnio pode assustar no início, mas com os cuidados certos, é possível atravessar essa fase com confiança e segurança.