Uma mãe de 21 anos contou sobre o parto do primeiro filho, Pedro Lucas, que atualmente tem 2 anos. “O curioso é que eu só descobri que estava grávida quando ele nasceu – até então, eu achava que estava cólicas menstruais. Mesmo tanto tempo depois, me tornar mãe dessa maneira continua sendo assustador”, comentou Aymee de Almeida Cruz, para a UOL.
Segundo ela, tudo começou no dia 8 de novembro de 2018. “Eu já acordei me sentindo muito mal. Fui para minha aula no cursinho, onde estudava para prestar vestibular para medicina. Achei que fosse a menstruação prestes a descer”, começou. Morando em Cuiabá, ela dividia o apartamento com uma amiga.
“Quando voltei da aula, fui tomar banho enquanto esperava o lanche que pedi e percebi que, no chuveiro, a dor passou. Mas, assim que saí, voltei a sentir o incômodo, como se fosse uma cólica mesmo. Ia e voltava. Não lembro quantas vezes fui para o chuveiro. Até que, na última, sentei no chão e senti uma dor muito maior do que antes. Pensei: ‘Vou morrer pelada’”, disse.
Sem saber o que estava acontecendo ela ficou parada. “De repente vi a cabeça do meu filho saindo de mim. A única coisa que pensei foi em segurar para que ele não batesse a cabeça no chão. Não fiquei desesperada. Não me veio nada na mente. Em nenhum momento parei para pensar no que estava acontecendo, só ia tentando resolver a situação. Não sei se foi a adrenalina na hora, mas é isso, só fui fazendo”.
Sem nem ir no hospital, Aymee resolveu tudo com a ajuda da internet. “Usei uma faquinha sem serra para cortar o cordão umbilical. Dei banho no meu filho, amamentei e ele dormiu. Depois, com o cordão ainda preso em mim, fui procurar no Google para ver como resolver. Era a placenta, e fui para o vaso fazer força e ela saiu, como se tivesse saindo uma criança, só que menor”, explicou.
“Eu estava sangrando muito, depois fui saber, no hospital, que tive uma laceração. Coloquei uns cinco absorventes e fui limpar o apartamento, que dividia com outra garota, porque estava todo ensanguentado”, conta a jovem que ainda relatou que foi para o médico só um dia depois, ao contar para a amiga o que tinha acontecido.
A maternidade
“O fato de ter me tornado mãe dessa maneira continua sendo assustador para mim. Ninguém espera que aconteça o que aconteceu comigo, de ser tudo tão rápido. E eu também era muito nova. Por um tempo, pensei que, como foi no susto, muitos planos foram interrompidos, como se tivesse me atrapalhado. Mas hoje considero o nascimento do meu filho uma mudança muito positiva, apesar de drástica”, concluiu.
A chegada do filho a tornou uma mulher mais madura. “Me sinto mais madura na maneira de encarar a vida, os relacionamentos, a visão que tenho de família. Meus pais são ótimos avós para o Pedro Lucas. A avó paterna também fica com ele direto. Tenho um bom relacionamento com o pai do meu filho, que mantém contato com ele”.
Ela ainda explica que parou de prestar medicina, tendo em vista que esse era mais o sonho da mãe do que dela. “Agora estou mais atrás do que faz sentido para mim. Esse ano vou começar a faculdade de publicidade, por exemplo. E me dedicar ao meu filho também, claro. O Pedro é uma criança muito carinhosa. Gosta de beijar e de estar sempre junto. Ele é meu grude”.
A influencer e maquiadora começou a fazer vídeos no TikTok no ano passado, onde contou sobre a experiência inusitada que vivenciou. “Falei rapidinho que tive meu bebê sozinha e que só descobri que estava grávida na hora do parto. Viralizou e muita gente começou a me mandar mensagem pedindo para contar a história toda. Logo depois gravei outro vídeo, que tem mais de um milhão de visualizações”. Segundo ela, os internautas acreditaram que o parto era mentira.
Ela não teve sintomas durante a gravidez
“Eu tive alguns sintomas durante a gestação, mas só depois de dar à luz me dei conta de que era por isso. Minha pressão, por exemplo, vivia caindo. Um dia passei mal no cursinho e fui no médico. Ele disse que era por causa do estresse pré-vestibular”, conta. Ela disse que chegou, inclusive, a ir no médico uma semana antes de dar a luz.
“Ele perguntou quando tinha sido minha última menstruação. Eu respondi que foi no mês anterior e ficou por isso. Minha menstruação sempre foi muito desregulada. Então às vezes descia só um pouco de sangue, às vezes descia mais. Para mim, estava tudo normal”, conta Aymee.
Que também disse que engordou durante a gravidez, mas não ligou os pontos, tendo em vista que tinha acabado de sair de um relacionamento abusivo, no qual estava muito magra. “Dizia que o ganho de peso era descuido, alimentação ruim e foco nos estudos”.
Ela ainda retomou como foi ir ao hospital após ter dado à luz: “Depois de ter meu filho em casa, fui para o pronto-socorro procurar ajuda. Cheguei lá e disse: ‘Acabei de dar à luz sozinha’. O médico olhou para mim e disse: ‘Quê? Como assim?’. Ele chamou um monte de gente, deixei todo mundo louco com a minha história”.
“Me encaminharam para um hospital obstétrico de ambulância. A médica que me atendeu fazia muitas perguntas e estava muito assustada. Passou a noite ao meu lado. Ela que ligou para a minha mãe para contar o que tinha acontecido porque eu estava com muito medo de falar com ela”, continuou.
Por fim ela concluiu: “Fiz vários exames para saber se estava tudo bem, se poderia continuar amamentando. Eu nem poderia ter amamentado antes, na verdade. Como tive laceração, a médica teve que dar pontos. Por isso eu sangrava tanto. Ela disse que, se eu continuasse em casa, poderia ter tido uma hemorragia grave”.
