O corpo muda bastante durante a gravidez e muitas dessas alterações preocupam as futuras mães. Normalmente, a genética dita o aparecimento das varizes, mas nas gestantes elas podem surgir por dois motivos: hormonal, pois a progesterona aumenta a dilatação das veias do organismo e o outro motivo é que como o bebê ainda na barriga da mãe vai crescendo, a pressão nas veias das pernas vão aumentando. Um ponto importante é que as estações mais quentes do ano provocam alteração na circulação, já que os vasos sanguíneos vão passar por uma vasodilatação que vai favorecer a transpiração e deixar a temperatura do organismo mais estável.
De acordo com a dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular e angiologista, durante os nove meses da gestação, mudanças radicais acontecem com o corpo das grávidas. Elas vão se dividindo ao longo dos semestres da gravidez.
Primeiro trimestre — “Nesse período, a barriga ainda não apareceu — mas os hormônios já estão à flor da pele e existe um aumento importante da volemia, que é a quantidade de sangue circulante no corpo, afinal temos que formar uma placenta. O aumento da progesterona pode causar uma flacidez das veias o que pode levar ao inchaço, dor nas pernas, tonturas e sensação de queimação”, diz a médica.
Segundo trimestre — “Costumo dizer que é a melhor fase da gestação: a barriga ainda não está muito grande, o corpo já se adaptou ao aumento da volemia e a variação hormonal, enfim, três meses de relativo sossego. Nessa fase, só é comum a queixa de câimbras à noite”, esclarece.
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Terceiro trimestre — Nesse período, é quando a barriga da grávida chega no seu máximo, e há uma compressão da veia cava, dentro da barriga. “Isso prejudica terrivelmente o retorno do sangue das pernas e vai ser responsável por aquele pé pãozinho no final da gestação. Claro que quanto maior for o ganho de peso durante a gestação, mais sofrido será esse período”, completa.
O que vale lembrar é que todo sintoma vai de mãe para mãe, em umas pode ser mais grave e em outras os sinais são mínimos. A Dra. Aline também explica que não necessariamente problemas prévios de circulação que as grávidas tenham tido pioram as varizes, mas o acompanhamento durante a gestação é mais do que essencial. “Para minimizar o problema, muitas vezes a recomendação é o uso de meias de compressão a partir do segundo mês de gravidez. O ideal é colocar pela manhã e tirar apenas na hora de dormir”, esclarece a médica.
Aqui não!
Além de alertar quanto às dificuldades que as gestantes podem passar durante os 9 meses, a médica também dá algumas dicas para minimizar o estresse circulatório durante a gravidez:
– Cuidado com o excesso de ganho de peso;
– Faça alongamentos para melhorar as câimbras à noite;
– Beba bastante líquido, mantenha-se hidratada;
– Use meias elásticas (seu vascular pode indicar um modelo adequado);
– Após 14 semanas, existem medicações que podem melhorar os sintomas de dor, cansaço e edema;
– Tente dormir de lado, de preferência o esquerdo (isso tira o peso do útero de cima da Veia Cava, liberando a circulação das pernas e melhorando o fluxo de sangue para a placenta);
– Pratique atividade física regular, se não houver contraindicação pelo seu médico obstetra;
– Drenagem linfática manual ajuda na retenção de líquido, melhorando o inchaço além de relaxar a futura mãe.
Apesar de seguir todas as orientações, não é incomum que pacientes observem uma piora no aspecto de suas pernas, com vasinhos e veias dilatadas. “Mas para esses casos, não precisa se desesperar, já que grande parte disso não evolui depois do parto, por isso a necessidade de esperar pelo menos três meses após o parto, retorno do útero ao seu tamanho original para cogitar qualquer tratamento para varizes ou vasinhos”, conclui.
Depois do dar à luz, uma avaliação completa da circulação da mãe pode ser feita e o melhor tratamento vai ser escolhido. “E essa é a parte fácil: fazer aplicação, cirurgia de varizes, enfim, o melhor tratamento para cada caso, porque as mulheres precisam de pernas em ordem para enfrentar a parte mais difícil e com certeza a mais gostosa de ser mãe”, finaliza.
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