No dia 5 de janeiro de 2014, a empresária Thamires Terto deu entrada em uma maternidade da unidade particular da cidade de Teresina, município do Piauí. Ela sentia as dores comuns do trabalho de parto, e foi atendida por um médico plantonista. O profissional prestou apenas o primeiro atendimento à Thamires, e acompanhou a fase inicial do processo de evolução do trabalho de parto. Ele não a encaminhou para o Centro Cirúrgico, e pouco tempo depois se retirou do local.
A mulher permaneceu sozinha no corredor do hospital e sentiu que o bebê estava dando indícios de que iria nascer. Além disso, a mãe dela, que estava como acompanhante, foi impedida de entrar no corredor do Centro Cirúrgico.

“Fiquei muito tensa nessa hora. Senti a pressão, botei força, e desceu a cabeça dela. Eu gritei: ‘minha filha tá nascendo’, aí duas enfermeiras me ajudaram e ela nasceu no corredor. Depois de uns 20 minutos o médico apareceu, não disse nada, não pediu desculpas, entrou mudo e saiu calado. Perguntou horário do nascimento, essas questões técnicas”, relembrou a vítima em entrevista ao G1.
Após seis meses do nascimento da filha, Thamires Terto ainda pensava sobre o dia do parto: “Depois, contando a história, foi caindo a ficha de que não foi legal, foi muito tenso. Eu ficava olhando para ela (a filha), para ver se ela não tinha tido nada, caindo na maca. Os meses passaram e fiquei com aquilo. E com seis meses dela, eu pensei: ‘não aguento mais ser invadida por esse pensamento. O que aconteceu não foi legal, mas procuro uma psicóloga ou uma advogado?’. Na dúvida, procurei um advogado, e depois fiz terapia”.
A empresária entrou com uma ação judicial contra o médico e a maternidade, mas a unidade de saúde se responsabilizou pelo crime. A decisão da Justiça foi favorável à mãe, e a maternidade foi obrigada a ressarcir os custos do parto à vítima, além de pagar uma indenização por danos morais.