A meningite meningocócica, causada por uma bactéria chamada meningococo, está sempre ocorrendo casos em diferentes locais, às vezes mais, às vezes menos frequente. Um morador de rua de 43 anos foi vítima da primeira morte por meningite meningocócica do ano. O caso aconteceu no Agreste de Pernambuco e trouxe, mais uma vez, o debate sobre as precauções que se deve tomar para evitar a doença. O Ministério da Saúde afirma que a vacinação é uma das melhores formas de proteção não só contra meningite, mas também outros tipos de problemas de saúde.
Meningite é uma inflamação nas membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. A doença meningocócica, ou bacteriana, tem uma evolução muito rápida e pode ser transmitida rapidamente. Geralmente, atinge crianças e jovens adultos, mas pode contaminar pessoas de todas as faixas etárias.

O Gerente Médico para vacinas na GSK e PhD em Patologia Molecular pela University College London, Felipe Lorenzato, ajudou a gente a separar algumas verdades e mitos para não te deixar confusa no assunto. Dá uma olhada para não correr nenhum risco:
1. Apenas quem teve contato com pacientes contaminados pela meningite corre risco de desenvolver a doença
Mito
Aproximadamente 10% das pessoas, principalmente adolescentes e jovens, podem portar a bactéria na garganta ou nariz sem desenvolver a doença. Por isso, algumas pessoas que aparentam não estar doentes, ao tossir, espirrar ou beijar podem transmiti-la. Basta que uma pessoa desenvolva a doença para que exista a possibilidade da ocorrência de um surto. Por isso, é importante a notificação de qualquer caso desta doença às autoridades sanitárias locais para que as devidas medidas sejam tomadas.
2. A meningite é transmitida de pessoa para pessoa, através de secreções respiratórias: Verdade
A transmissão é direta (de pessoa para pessoa) por meio de troca de secreções respiratórias e da garganta.
3. Deixar seu filho brincar sozinho em local com pouca higiene aumenta o risco de contágio da meningite meningocócica: Mito
O risco é maior em locais onde a doença é mais frequente (por exemplo, certos países da África, e na Arábia Saudita). Fora isso, grupos de risco, por exemplo, com Síndrome de Down, imunodeficientes em geral e fumantes ativos ou passivos.
4. Após a exposição à bactéria, a criança leva de 11 a 15 dias para desenvolver as manifestações iniciais da doença: Mito
O tempo entre a exposição e a manifestação dos primeiros sintomas da infecção pela bactéria normalmente é de 2 a 10 dias, mais comum entre 3 e 4 dias. A bactéria adere à boca e ao nariz, penetra a mucosa e vai para as membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Então, causa meningite meningocócica, e/ou atinge a corrente sanguínea, causando infecção generalizada.
5. A doença é apenas diagnosticada por exame laboratorial, a partir de amostras de sangue ou de líquido encontrado no cérebro e na medula espinhal: Mito
O diagnóstico inicial é clínico, com exame físico, feito por exclusão, já que os sintomas iniciais não são tão específicos. O diagnóstico laboratorial tem resultado entre 1 e 3 dias. Quando há suspeita clínica de doença, no entanto, o início do tratamento deve ser imediato e não deve aguardar o resultado dos testes.
6. Os primeiros sintomas da doença são coceira e diarreia: Mito
Os sinais iniciais da doença, como febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito, são iguais a de doenças menos agressivas como o resfriado e outras doenças virais. Só depois que o paciente pode apresentar manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz.
7. A doença pode provocar sequelas como convulsões, perda auditiva e retardo cognitivo: Verdade
A meningite bacteriana pode causar deficiências sérias, permanentes e inclusive causar morte entre 24 e 48 horas após a manifestação da doença. Por isso, é muito importante que o tratamento seja feito de forma rápida. Se você ou alguém da família tiver algum dos sintomas citados anteriormente, não deixe de procurar o médico.
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