Verdadeiro ou falso?
Eu e todas as torcidas estamos engajadas na luta pela compreensão dos novos meios de comunicação. Internet via tudo.
Celular, computador, laptop, iPad, bluetooth, Wifi.
Internet vê tudo.
Pois então Dra, como estabelecer um limite? Um horário? Um bloqueio de canais? Games? Quais? Para qual idade? Por quanto tempo? Sites. Séries. Desafios. Baleias.
Caverna.
É isso que sinto.
Às vezes parece que tanta informação nos levou de volta para a caverna, e junto com os filhos e todo o resto. Quando eu era criança minha mãe já dizia pra não aceitar bala de estranhos por que era perigoso, podia ter alguma coisa dentro. Ok.
Agora meu filho chega em casa perguntando se eu estou sabendo que não se pode aceitar balas de estranhos por causa de uma baleia azul que vem dentro.
A causa é a bolha azul que nos metemos!
Não sei quanto tempo cada criança deve ficar nos gadgets, nem se a série x ou y faz mal a este ou aquele adolescente. Sei que há um grave problema de comunicação, e por consequência uma ilusão de conexão com um mundo irreal, que talvez sim, possa fazer muito mal e aumentar a incidência de várias patologias e suicídios. Por que não.
E também não sei em absoluto, pois essa é apenas minha percepção.
Remédio? Verdades. A única coisa que venho usando aqui em casa, e, há exatos 41 anos tomei vacina.
Estes dias tive que explicar pro Pedro que o youtuber que ele gosta não é amigo dele.
O amigo dele é o Santiago, lá da escola, com quem ele joga, brinca e monta Lego.
Outro dia tivemos que travar uma batalha de brincadeiras sobre vida real versus vida virtual.
Ele “realmente” não precisava alimentar seu bebê em um joguinho, pois a professora estava “realmente” pedindo atenção ao capricho nos temas.
-Saio do WhatsApp e tu do joguinho antes que até eu desaprenda a pintar também!
Perguntas? Respondo todas.
– O que é o jogo da baleia? Porque tu e o pai se separaram? Posso não gostar da fulana? Dá pra eu casar contigo? Me leva pra São Paulo? O que é suicidio? Tudo.
O mundo se encarrega de oferecer a fantasia e as inverdades.
Eu me encarrego de remediar com transparências.
Acredito que devemos estabelecer uma relação franca conosco, sem críticas severas, e assim com nossos filhos, amigos e familiares.
Verdades podem ser aceitas e o são por um bebê de dois anos, muitas vezes melhor do que por um adulto de 40.
O mundo carece de verdades, não absolutas, morais, de opinião. Verdades afetivas.
Relações amorosas.
Humanização da humanidade.
Quando conseguirmos aceitar que passamos mais tempo perdendo tempo numa conversa por WhatsApp do que numa ligação telefônica, poderemos entender o tempo perdido no Minecraft.
Amar se aprende amando, já era título de livro quando eu nem alcançava a estante do meu pai. Enquanto fugirmos de nós, nossos filhos fogem deles também, enquanto não aprendermos a poder sofrer, amar, sentir dor e prazer, ser alegre, ficar triste, nossos filhos não aprenderão também.
Uma mãe feliz cria um filho feliz, é o tema de nosso seminário na querida Pais e filhos.
E digo mais, pais e mães verdadeiros consigo mesmo criam filhos conectados.
Em sí.
É bem fácil, só começar.
Restarta a alma e acha a calma!
Um beijo e até bem logo!
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