por Luciana Alvarez, mãe de Marcelo
Toda transição assusta um pouco as mães de primeira viagem, mas a infância é feita disso mesmo: mudar de fase, aprender, crescer. O melhor para os bebês – e, por consequência, para as mães – é que as mudanças sejam sempre graduais. Quando se trata da alimentação, a receita não é diferente. Tenha paciência e dê um tempo para seu filho vá se acostumando aos poucos com as novidades do nosso mundo repleto de sabores.
A primeira transição na vida alimentar dos pequenos é a troca do aleitamento exclusivo para a alimentação variada e pastosa. Por mais que o bebê demonstre interesse em pôr alimentos na boca desde cedo, a introdução das comidinhas na sua dieta deve começar apenas quando ele tiver completado seis meses. Antes disso, só o leite é suficiente para suprir todas as necessidades nutricionais dele.
A maioria dos médicos recomenda começar oferecendo papinha de frutas – mas mantendo o leite como base da alimentação. Não se incomode se as primeiras colheradas forem recebidas com caretas, pois muitos bebês estranham os novos sabores e consistências. Com a repetição do estímulo eles se acostumam e passam a comer em maior quantidade. Em média, um bebê precisa ser exposto a um novo alimento oito vezes para que o aceite bem.
Após 15 dias oferendo frutas, está na hora de iniciar o bebê no mundo das comidas salgadas. Entretanto, o ideal é que a papinha seja feita sem sal, aconselham os especialistas. Outra dica importante é não bater nada no liquidificador; prefira amassar com um garfo, procedimento que preserva as fibras e contribui para treinar a mastigação do bebê.
Ofereça a papinha da hora do almoço ou do jantar. Mas mesmo que o seu bebê demonstre um apetite voraz, a quantidade de alimento deve ser aumentada aos poucos, para o sistema digestivo dele conseguir se adaptar bem.
Quando ele estiver comendo um pratinho inteiro, não se deve mais dar leite no mesmo horário. O que pode acompanhar a refeição é um pouco de suco de frutas (uns 100 ml está de bom tamanho), pois as vitaminas ajudam na absorção do ferro. Se tudo tiver evoluído bem até então, aos sete meses o bebê já pode começar a fazer a segunda refeição sólida do dia.
Consultoria: Ana Teresa Londres, pediatra e nutróloga, mãe de Eduardo e Mariana, avó de Felipe e Maristela Bassi Strufaldi, nutricionista da Associação Diabetes Juvenil, filha de José Luiz e Neusa Maria.