Todo mundo diz que não pode. Talvez você nem tenha perguntado para o médico, mas assumiu a regra com tanta certeza que está com aquela enorme raiz aparecendo.
Não existe um consenso ou dados científicos que comprovem os malefícios dos produtos de colorir o cabelo para as gestantes. “No passado, as tinturas contavam com substâncias como amônia, alumínio, chumbo e ferro”, explica o médico Sérgio de Toledo, pai de Rodrigo e João. Esses componentes podem ser tóxicos para o feto e desencadear processos alérgicos nas gestantes. Ou seja, esses são proibidos mesmo.
É bom evitar de qualquer jeito, mesmo se a tinta que você quer não tenha nenhum desses componentes. É como com qualquer medicamento, que pode afetar o desenvolvimento do feto, principalmente no primeiro trimestre, quando seus órgãos estão se formando.
Químicas de alisamento, escovas progressivas e definitivas também entram na lista negra durante a gravidez. “No início, é melhor poupar a gestante de substâncias químicas, sejam elas inalantes ou não, e também por meio de medicação”, disse o obstetra Ricardo Mazzei, pai de Caio e Giorgia.
Passado o primeiro trimestre, se a grávida não estiver se sentindo bem com a sua aparência, os médicos aconselham que sejam usados os tonalizantes ou a henna.
Porém, não é porque os três primeiros meses se passaram que não é mais preciso tomar cuidado. O formol usado como cosmético alisante de cabelos é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde julho de 2009, mesmo que alguns cabeleireiros continuem usando a substância. “Não é um risco específico para as grávidas. Faz mal para o indivíduo”, alerta o obstetra Edílson Ogea, pai de Felipe e Beatriz.
Autoestima e bem-estar
Após o parto e durante a amamentação, a mãe pode ficar tranquila e, sem culpas, voltar aos tratamentos que fazia antes da gestação. Mas sempre atenta para a composição dos produtos que serão utilizados.
No início do pré-natal, os médicos recomendam a procura de um dermatologista. Nestes nove meses, o cabelo da grávida muda muito. Assim como o volume e o brilho aumentam, a oleosidade e a queda também podem crescer. A boa notícia é que muitas vezes eles ficam mais bonitos.
Segundo Ricardo Mazzei, depois do nascimento do bebê, o cabelo passa a cair mais por causa da queda na taxa hormonal. “A mulher precisa ter uma boa alimentação, que dê suporte vitamínico e mineral para que os cabelos cresçam saudáveis”, diz.
Estes problemas podem ser amenizados não só com o consumo de alimentos saudáveis, mas também com o uso de suplementos vitamínicos específicos para o cabelo. A saúde é importante, claro, mas a autoestima e o bem-estar da grávida também são fundamentais.
Tá liberado
Cremes para pentear, gel, spray fixador e reparador de pontas podem ser usados, sem qualquer restrição e em qualquer fase da gestação.
Consultoria: Edílson Ogea, pai de Filipe e Beatriz, é obstetra do Hospital Samaritano, samaritano.org. Flávio Garcia de Oliveira, pai de Gabriel, Manoela, Pedro, Lucas e Maria Fernanda, é obstetra e especialista em gestação de alto risco. Tel.: (11) 3085-1883. Ricardo Mazzei, pai de Caio e Giorgia, é obstetra. Tel.: (11) 5181-0020. Sérgio Floriano de Toledo, pai de Rodrigo e João, é professor da Faculdade de Ciências Médicas de Santos e Diretor da Associação Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP).