05/02/2013
Renata Chiurciu, mãe de Vítor e Sofia
“Eu sempre fui louca pra ser mãe. Eu pensava nisso desde muito cedo, quando ainda era adolescente. Quando engravidei comecei logo a ler tudo o que podia sobre todas as coisas relacionadas a isso.
Meu obstetra sempre me disse que eu poderia decidir por não fazer o parto normal, mas que ele não marcaria uma data. Eu teria que entrar em trabalho de parto primeiro. Aí, se eu não quisesse ou não pudesse por algum motivo ter um parto normal partiríamos para a cesárea.
Comecei a ter as primeiras contrações às 23h e só fui para o hospital às 2h da manhã, quando as dores já estavam insuportáveis. Tinha nesse momento 2 dedos de dilatação. Logo colocaram a ocitocina e as contrações ficaram mais fortes e menos espaçadas. Eu aguentei até às 7 da manhã do dia seguinte quando fui informada que eu continuava com os mesmos 2 dedos de dilatação. Este foi o meu limite e decidi fazer a cesárea porque estava exausta e não aguentava mais as dores.
Na minha segunda gestação, um ano e dez meses depois, a bolsa estourou, mas eu não tinha as contrações, então a dilatação não evoluiu e acabei novamente no centro cirúrgico.
Não me sinto culpada por desistir do parto normal na primeira gravidez. Acho que é preciso respeitar o limite de cada mulher. A tolerância à dor é muito diferente em cada pessoa.
Outra coisa, sim, até hoje me incomoda. Não sei dizer se é culpa, mas o fato de não ter conseguido amamentar meus dois filhos pelo tempo que eu gostaria me deixou muito frustrada. Eu achava maravilhosas as campanhas de amamentação, com a mãe sorrindo enquanto o bebê mamava loucamente.
A dor que eu sentia pelas rachaduras era tão grande que quando o horário da mamada se aproximava eu entrava em pânico. E assim o meu leite foi secando, tamanha era a minha tensão. Meu corpo todo doía. Meu primeiro filho estava magérrimo com 15 dias de vida e tive que entrar com a mamadeira seguida do peito. Consegui manter o peito seguido do complemento até os 4 meses. Gostaria de ter sentido o prazer de amamentar. Ter conseguido passar pela dor até que o peito calejasse e parasse de doer. Mas não deu tempo…
Hoje meus filhos estão com 10 e 12 anos e são a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida”.