19/10/2012
“Tive uma gravidez muito difícil com sangramentos e muitas dores, tomei remédios durantes os noves meses para conseguir chegar até o final e mesmo assim, na hora do parto o Gabriel estava em ‘sofrimento’, como os médicos falam. E após nascer, ele foi direto para a UTI. Mas graças aos deuses ele logo pode vir para os meus braços e assim continuamos a nossa jornada.
Em casa o Gabriel chorava dia e noite de cólicas e a minha mãe dormiu em casa por dois meses e me ajudou em tudo. No começo eu tinha muito medo de ficar sozinha com o Gabriel, mas sabia que eu podia contar com a minha mãe e era ela quem ia cuidar do meu filho para eu voltar a trabalhar, ela estava amando isso tudo.
Mas quando ele estava com 3 meses a minha mãe teve um AVC e eu não tive tempo de pensar, deixei o Gabriel com vizinhos e fui na ambulância com minha mãe, foram dez dias de muito sofrimento e mesmo assim nunca passou pela minha cabeça que ela não voltaria p/ casa e que não cuidaria do Gabriel, mas infelizmente não foi possível, ela saiu de casa para nunca mais voltar e eu perdi a pessoa mais importante da minha vida, depois do meu filho é claro.
Por isso quando a Gabriel estava com quatro meses ele foi para a escolinha, eu ia lá todos os dias e sempre era a mesma coisa, eu saia de lá chorando e voltava para o trabalho me sentindo muito culpada. Meu marido disse para eu parar de trabalhar e ficar em casa pelo menos por um tempo, mas eu tinha certeza que se ficasse em casa sozinha com o Gabriel eu ia acabar entrando em depressão.
O pior ainda foi quando o Gabriel começou a ficar doente, por causa da imunidade baixa, ele teve de tudo em apenas 8 meses ele tomou antibiótico 5 vezes, teve reação alérgica a um deles, conjuntivite eu perdi as contas de quantas ele teve. Até que um dia o pediatra disse que não dava mais, e que eu precisava tirar o Gabriel da escolinha, chorei muito, mas ainda assim decide tentar por mais um mês. Era final de ano e entramos de férias e o Gabriel começou a melhorar. Esse ano posso dizer que as coisas melhoraram muito, ele praticamente não ficou doente.
Ele está na melhor fase, aprendendo muito rápido, está lindo, sinto uma felicidade que não cabe em mim, gostaria de poder dividir essa fase com a minha mãe, mas não posso e acabamos dividindo com pessoas estranhas, pessoas que tratam o meu filho com muito carinho e sou eternamente grata, pois nos ajudaram na fase mais difícil”.