24/09/2012
Por Naiara Araújo, filha de Luiz Augusto e Dione
As mudanças nas técnicas cirúrgicas começaram a ocorrer nos últimos 50 anos, os padrões norte-americanos eram perfeitos para o desenvolvimento de medidas voltadas para a vaidade e estética das mulheres da época. Em 2012 a prótese de silicone está comemorando 50 anos, por isso aproveitamos a data para falar das melhorias nas técnicas de implantação, principalmente das que não prejudicam o processo de amamentação.
Só a partir da década de 90 a evolução permitiu que as mulheres não precisassem mais se preocupar com a possibilidade de não conseguir amamentar. Isso é o que aponta o o cirurgião plástico Alexandre Barbosa. “Antigamente, o silicone era colocado em um lugar que impossibilitava a amamentação. Atualmente, ele é colocado abaixo do tecido glandular. Assim, ele não altera a conformação anatômica dos ductos e nem comprimem as glândulas”, ele diz.
A cirurgia para colocar prótese de silicone é a mais comum entre as mulheres. Porém, ao contrário do que a gente pensa, não é a mais prejudicial para o aleitamento. A que mais pode prejudicar o processo é a operação que reduz o volume dos seios. Até há algum tempo atrás, era necessário retirar uma grande quantidade da glândula mamária, o que podia causar a interrupção da comunicação com o mamilo. Atualmente, esse tipo de procedimento conta com técnicas mais modernas, que podem não alterar a função da amamentação: há especialistas em reduzir, e ao mesmo tempo, preservar uma quantidade de glândula, sem interferir na produção de leite.
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Entenda melhor a introdução do silicone
As novas próteses de silicone são mais modernas e têm novos formatos que não atrapalham a amamentação. É importante lembrar que o formato da prótese não interfere no sucesso da cirurgia, o que pode atrapalhar é a forma como ela é colocada.
Existem três formas de introduzir a prótese de silicone nas mamas: via axilar, via areolar e via sulco mamário. As opções via axilar e sulco mamário não interferem na amamentação ou na produção de leite, pois colocando a prótese por debaixo da mama, não existe chance de afetar as glândulas ou ductos mamários.
Mesmo não sendo comum, a introdução via areolar pode interferir na amamentação. Segundo o doutor Alexandre, “o que pode ocorrer é que o processo cicatricial interfira na recanalização dos ductos mamários inferiores, levando em alguns casos a ingurgitamento mamário e até uma mastite.”
Submeter-se ou não à cirurgia
Antes de optar pela cirurgia, é importante que a paciente tire todas as dúvidas com o médico. É essencial estar segura e sem medo, contar com a ajuda do cirurgião no processo.
Não existem recomendações específicas para quem já passou por cirurgias mamárias: elas são as mesmas para todas as mulheres que desejam amamentar. O cuidado que a mãe deve tomar é o de procurar um profissional a qualquer sinal de dificuldade, para que a situação não se agrave e chegue ao ponto de não permitir o aleitamento.
Consultoria: Dr. Alexandre Barbosa, filho de Victorino e Cleuza, é especialista em cirurgia plástica desde 1996 e sócio-proprietário da Clínica de Cirurgia Plástica de São Paulo. www.dralexandrebarbosa.com