
Helena fez 6 anos! Deixou de ser criança pequena (assim explicamos as fases de idade por aqui). Está amando aprender a escrever e fez a lista de convidados do aniversário dela no meu notebook. O tempo voa, muito rápido. Ai meu coração!
Esse tempo da primeira infância foi rico demais. Helena me desafiou muito porque é muito criativa, curiosa e crítica. E um dos maiores desafios dos muitos que a maternagem me apresentou foi oferecer estímulos que respeitassem o tempo e a necessidade dela. Aparatos tecnológicos estiveram presentes? Sim, porém não ganharam de destaque.
Não foi nada fácil manter tempo e momentos para uso dos aparelhos, já que a competição online e offline é um tanto desigual. Até nós, adultos, ficamos superfascinados com luzinhas e robôs falantes. Mas a certeza que mais me ajudou nesse percurso de escolhas de oportunidades a oferecer foi a de que há tempo certo pra tudo na vida.

A primeira infância é o momento do toque, das texturas, das trocas, das repetições, de aprender a esperar, dentre vários outros. Vivências e aprendizados que só podem acontecer nessa fase e precisam de atenção na experiência física. Repertórios sociais que a ajudarão a viver bem online também. Nesses seis anos as tecnologias digitais tiveram a sua função porque a ajudaram a perceber que existe um “mundo diferente“, acessado por aparelhos.
Esse mundo que serviu para ver uns filminhos e joguinhos mais simples começa a ganhar outros contornos. O espaço digital vai se expandir pra ela de agora em diante. Mensagens e pesquisas na internet entraram no repertório de uso das tecnologias. Ela manda mensagens de ânimo pra avó, se comunica com a coleguinha do colégio antigo e está apaixonada pelos emojis e gif.

Outra atividade que surgiu a pedido dela foi pesquisar na internet as características físicas das pessoas. A curiosidade sobre o porquê das cores de pele serem diferentes virou uma grande atividade nessa família colorida. Ah, e sim, ela pede pra usar meu celular ou tablet porque ainda vai levar um tempinho para ter seu próprio equipamento.
Apesar do uso das tecnologias se expandir e agora a Helena já ser “criança maior”, ainda teremos muitas folhas de sulfite espalhadas pela casa, com desenhos e escritas livres que a ajudarão a fantasiar, criar e testar. Depois, no tempo certo, parte disso será transposto para o espaço digital. Sem pressas, só respeito!
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