Quando comecei escrevendo essa coluna, há dois anos, minhas filhas nem sabiam ler direito. E elas também estavam engatinhando no letramento digital. Opa, não só elas, mas o mundo ainda discutia muito qual a melhor forma de educar filhos tão conectados, com aquela sensação de “deixa esse assunto pra depois”. Parecia um nado contra a maré.
Enquanto todas as tendências diziam “deixa o digital me levar”, a gente encarava de frente um assunto urgente: qual o Modo de Usar tecnologias digitais que realmente prepare os nossos filhos para a vida digital positiva? Hoje eu vejo os frutos de ter questionado e dosado a presença digital na vida da Helena e da Bia. E tenho certeza que muitas mães e pais puderam refletir sobre investir em “inteligência digital” nas nossas trocas por aqui.
Eu acredito que a internet é nossa, todos juntos. Respeitando a fase de cada um, claro. Mas não tem essa de “deles e nosso”. E a pandemia veio e deu esse empurrão para uma vida quase que totalmente digital pra todos nós. Um isolamento social sem precedentes que acelerou em décadas o que estava só no campo dos pensamentos. Fomos jogados no caldeirão do digital, ploft!
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Orientar nossas crianças para uma vida digital segura se tornou prioridade máxima. Ter o futuro batendo na nossa porta hoje ajuda muito a colocar a vida em nova perspectiva. Não podemos mais nos assustar e, muito menos, deixar pra depois as orientações, as repetições de “isso é ok pra sua fase, isso ainda não”, ou pensar que a internet é um espaço pra elas resolverem sozinhas, quando for o momento delas.
Muito do que considerávamos que era tudo o que elas mais desejavam na vida acabou ficando chato demais. Ouvimos delas que não aguentavam mais ficar em frente às telas. E vimos também que as crianças se atrapalham muito ainda em questões importantes como limites, privacidade, tempo de tela, respeito às diferenças e regras de boa convivência online.
Planejar, adequar rotas, reorganizar conexões, encontrar erros e planejar tudo novamente o tempo todo. Assim é a vida! Entre acertos e erros, o mais importante é que a vida digital das crianças não fique no modo automático porque, pra mim, o futuro delas já acontece no hoje, no aqui e agora. Não dá pra deixá-las sem direção, não é mesmo? “Como estar em ambientes online sem ser engolido por tantos estímulos?” é a pergunta do momento. Um desafio gigante pra nós, que temos
o privilégio de criar uma geração em plena transformação.
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