Esses dias eu vi um post no Instagram que convidava os seguidores a opinar sobre o tipo de parto que a atriz Deborah Secco tinha feito “a título de curiosidade”. A foto (linda!), copiada do perfil da mais nova mãe do momento, mostrava a saída da família da maternidade. Quem já passou por isso sabe a alegria que é carregar o filho no colo e sair do hospital rumo a nova vida que começa.
Eu fui lá e fiz meu comentário, né! Porque não me aguento mesmo. O que isso muda na vida das pessoas? Em que o parto da Deborah Secco vai contribuir na minha vida? Por que tanta euforia em saber se foi normal ou cesárea?
Sim, esse assunto me irrita. Profundamente. Porque só quem está ali, no momento de parir, e precisa tomar essa decisão, sabe e tem o direito da escolha. Porque optar pela forma de tirar o bebê da barriga não é da conta de mais ninguém além da mãe, do pai e do médico. Porque cada um faz o que quer da vida.
E sem essa de culpa, sem essa de ser menos mãe, sem essa de que quem faz cesárea não está parindo uma criança. Eu fiz duas cesáreas e estou muito bem, obrigada. Minhas crianças também. E me sinto muito, muito mãe.
Ahhh, você não sentiu a dor do parto? Então não sabe o que é pôr um filho no mundo…
Pois é, não senti a dor do parto. Mas senti um aperto surreal no peito quando vi os batimentos do meu bebê diminuindo, aquela telinha trocando de números o tempo todo e o médico ligando para a minha obstetra com uma cara nada tranquila: a notícia era de que o feto poderia entrar em sofrimento.
Você já sentiu isso? Então não me venha falar em dor…
Deixei todos os meu caprichos, anseios e desejos de lado. “Tira AGORA!”
E isso é da conta de alguém? Não! É só a título de curiosidade mesmo, como no post do Instagram.
Eu acho (e só acho) que falta respeito pelas decisões das pessoas. Cada um faz o que quer da própria vida. E isso deveria ser respeitado. Estou errada? A curiosidade pode ser normal? Não sei… Precisa ser exposta nas redes sociais? Definitivamente não! O parto da menina precisa virar uma mesa de apostas? Pelo amor de Deus, parem!
Amem mais e julguem menos. Respeitem as escolhas e as opiniões, mesmo que elas não sejam as mesmas que as suas. Vamos usar as redes sociais para disseminar o bem, que tal?
Vamos parar com os julgamentos e deixar que a vida se encarregue disso. Eu espero, de coração, um 2016 com mais respeito. E mais amor!