
Essa semana meu filho mais velho fez dez anos. E parece que foi ontem que ele nasceu. Há uma década eu estava prestes a transformar a minha vida, entrar num caminho sem volta e com muitos desafios.
Descobri o amor, a saudade, a dor e a alegria que, perdoem-me o clichê, a gente só sabe que existe quando vira mãe.
Gabriel mudou a minha vida em todos os sentidos. Depois dele eu não me senti mais sozinha. Podia perder o emprego, me separar, me distanciar de uma amiga e, ainda assim, ele estaria ali comigo. Era uma parte de mim que agora me acompanhava. E assim tem sido, há dez anos.
Olho para ele e às vezes nem acredito. Tem personalidade, as manias e as coisas que não gosto em mim, mas que ele faz igual. Tem um outro jeitinho meu, que eu amo. É uma década de amor construído, de olho no olho, de dia a dia, descobertas e alegrias. Mas tem muita lágrima também.
Passamos juntos pelas birras na fase dos dois anos; pelo dramalhão do menino de quatro; pela euforia ao ler o primeiro livro; a primeira briga na escola, primeira viagem sozinho, uma noite fora, aquela decepção, broncas e algumas brigas.
Senti na pele o primeiro castigo dado a ele e a primeira punhalada em meu peito -algo filho sabe acertar em cheio: a primeira vez que ele falou “eu não te amo mais!”
Também chorei com as cartinhas de amor, os inúmeros “eu te amo”, “I love you xuxu” e as diversas formas dele demonstrar o carinho e que, sim, ele me ama muito!
Nesses dez anos eu amadureci, errei um bocado, mas acertei um monte. Não me arrependo de (quase) nada. Tanto que muitas coisas ainda repetimos com o segundo filho. E quase sempre dá certo.
A mulher que eu era, em 2008, no dia que entrei na Promatre para ter Gabriel, já não existe mais.
A maternidade muda. Transforma a nossa forma de pensar, define outras prioridades e diferentes razões para viver.
Ser mãe me fez renascer. E entender que não tinha a menor chance da minha vida ser diferente.

Te amo, filho. To the moon and back.
Feliz década.
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