Os Food Trucks chegaram com tudo e acabaram sendo referência de comida rápida e elaborada. Aos finais de semana, algumas praças que reúnem esse tipo de comida ficam lotadas por pais e filhos. Mas agora um alerta: será que o que comemos por lá é confiável e seguro? Pensando nisso, a PROTESTE foi para avaliar se esses lugares estão cumprindo as regras básicas de higiene e segurança em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O resultado foi negativo para muitos deles. Para ter uma ideia, dos 28 alimentos, como churros e hambúrgueres, que foram comprados e analisados em laboratórios, 35% tinham mesófilos aeróbios (bactérias) acima do limite seguro. Estes produtos sinalizaram falta de higiene do material usado no preparo.
No Rio de Janeiro a instituição diz que os cuidados básicos foram deixados de lado. No FOOD PARK CARIOCA, na Tijuca, que acontece no estacionamento do Hipermercado Extra, na entrada, a PROTESTE sentiu um cheiro forte cheiro de esgoto quando chegou no local. Sobre a segurança, encontraram muitos fios no chão, perto do gerador e do quadro de força. Já o extintor não estava sinalizado da maneira correta, o que é essencial numa situação de emergência. Na parte de alimentação, o hambúrguer com cheddar do Burger Lab apresentou alta quantidade de bolores e leveduras, ou seja, o lanche pode ter sido feito numa superfície ou com utensílios mal lavados.
Já no MIXTURADO RIO PARK, na Barra da Tijuca, as mesas, as lixeiras e os arredores dos trucks estavam limpos. Ufa! Em um dos estabelecimentos, o Bread n’ Beer, viram embalagens com molhos fora da geladeira e próximas a um detergente. A tábua estava suja com restos de queijo e qualquer outro alimento que fosse cortado sobre ela poderia sofrer contaminação por tabela. No Salpeño, os alimentos foram fritos antes mesmo de alguém fazer o pedido. Assim, ficavam prontos e expostos aguardando a venda, podendo estragar facilmente, dependendo da temperatura do lugar. A tapioca do Tapi Bike continha 17 vezes mais bolores do que o recomendado.
Na FEIRA PLANETÁRIA, na GÁVEA, na Burgertropia, foi encontrado um saco de pão no chão, próximo à roda do truck, podendo sofrer contaminação facilmente. No local, existe um canal que divide duas áreas da feira protegido por um guarda-corpo muito baixo. Com essa altura, qualquer adulto pode cair facilmente na vala.
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Por último, na FESTIVAL BEER & FOOD, na Barra da Tijuca, a estrutura do evento, que ocorreu no estacionamento do Shopping Via Parque, era muito ruim, segundo a PROTESTE. O festival era voltado para cervejas artesanais, mas não tinham banheiros. Encontrar um local confortável para comer também foi um problema, que oferecia poucas mesas e cadeiras. Em vários estabelecimentos, os atendentes usavam luvas pretas. Nessa cor, fica difícil enxergar possíveis resíduos, segundo a organização que defende o consumidor.
Em São Paulo, o BENÊ FOOD DE ARTS, na Avenida Paulista, a estrutura do evento é ok. No entanto, havia um quadro de luz aterrado com fita isolante, quando o recomendado é que ele seja soldado. Identificaram diversos extintores, embora a maioria estivesse mal sinalizada e alguns deles em local de difícil acesso.
Já no TATUAPÉ STREET PARK, alguns trucks estavam com suas rodas e pés apoiados em pedaços de madeira. Eles dão um alerta: não fique perto dos estabelecimentos com esse tipo de improviso. Caso a madeira se desloque, pode comprometer a estabilidade do veículo e ferir alguém. A higiene foi outro ponto negativo. No Tereza La Mexicana, por exemplo, o atendente segurava o alimento sem luvas.