Lorenzo Miranda, de apenas 1 ano e 8 meses, passou o dia na pré-escola Little Monkeys, na cidade de Palmerston North, na Nova Zelândia. Para os pais, Beaudene Wi e Ricardo Miranda, tudo parecia dentro do esperado, até o momento em que buscaram o filho e perceberam que algo não estava certo.
No caminho de volta para casa, Lorenzo parou de respirar e apresentava sinais visíveis de que não estava bem. Assustados, os pais correram para o Hospital Palmerston North. Poucas horas depois, receberam a notícia que ninguém está preparado para ouvir: o filho havia sofrido uma grave hemorragia no cérebro e não resistiu, mesmo após uma cirurgia de emergência.
O que aconteceu dentro da escola?
Logo surgiram perguntas difíceis: por que Lorenzo teve uma lesão tão grave? Por que ninguém havia alertado os pais sobre qualquer incidente?
A resposta começou a surgir após uma ligação com a responsável pela creche, Jenny Hall. Ela contou que Lorenzo “poderia ter” sofrido uma queda, mas que no momento, a professora responsável “desviou o olhar” e, como ele chorou e depois parecia estar bem, o caso não foi levado adiante. Segundo Hall, a equipe acreditou que não era necessário avisar os responsáveis pela criança.
Médico afirma: “Ele poderia ter sido salvo”
No hospital, o legista Dr. Martin Sage foi categórico ao afirmar que Lorenzo faleceu por causa de uma “queda de curta distância com impacto na cabeça”. Em seu laudo, ele foi enfático: “Se o fato de uma queda significativa tivesse sido notado e relatado à família, e se Lorenzo tivesse sido levado para avaliação médica, o desfecho poderia ter sido outro.”

O médico ainda reforçou que havia “uma possibilidade muito significativa” de que o menino tivesse sobrevivido, caso tivesse recebido atendimento adequado logo após o acidente.
Sinais foram ignorados
A investigação conduzida pela agência WorkSafe apontou que, por volta das 14h30, Lorenzo estava lanchando com outras crianças. Em seguida, foi encontrado chorando, deitado de costas no chão. Os funcionários perceberam que ele estava pálido e aparentemente indisposto, mas ainda assim, ninguém achou necessário entrar em contato com os pais ou buscar ajuda médica imediatamente.
Sarah Alexander, conselheira-chefe do Escritório de Educação Infantil, também se posicionou com firmeza sobre o caso:
“Na minha opinião, houve falhas graves antes e depois do acidente. Lorenzo era muito pequeno para estar na sala das crianças maiores sem supervisão constante.”
A dor que não passa
Mesmo anos após a perda, a ausência de respostas concretas e de responsabilização pesa sobre a família.
“Lorenzo morreu em 2017. Demorou muito para que a família entendesse o que aconteceu — e, mesmo assim, ninguém foi responsabilizado”, lamentou Sarah.
No dia 2 de março, data em que Lorenzo completaria 9 anos, sua mãe compartilhou uma mensagem comovente nas redes sociais:
“Feliz aniversário de 9 anos hoje, meu precioso Loz. Não há um dia que passe sem que meu coração chore por você. Beijos, te amo sempre, doce garoto.”
Um alerta necessário para todas as famílias
O caso de Lorenzo serve como um lembrete doloroso de que acidentes podem acontecer, mas a forma como adultos responsáveis reagem a esses momentos pode fazer toda a diferença.
Supervisão constante, comunicação transparente com as famílias e atendimento rápido são atitudes que salvam vidas. Cada criança merece ser cuidada, protegida e respeitada.