Sou taxada de mãe boazinha!
Quem vê “superficialmente” minha relação com o Kenzo, se espanta pela minha tranquilidade ou falta de ouvir “nãos”.
Na realidade, sou muito mais boazinha do que má. Isso vem de vários fatores, entre eles uma infância rígida e com pouquíssimo diálogo. Era não porque não. Essa resposta me deixava muito frustada, pois não havia um motivo real para que eu não pudesse fazer determinada coisa.
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Não havia uma relação de “amizade” entre pais e filhos e minha mãe chegou até a dizer, certa vez, que mãe não é amigo.
Sei que há um meio termo e diferenças entre ser mãe e amigo, mas preferi ser mais amiga do que mãe.
Quero que meu filho seja meu amigo a ponto de não me esconder nada e tenhamos liberdade para discutir diversos assuntos quando a fase mais conflituosa chegar, a temida adolescência.
Achava o máximo as mães das minhas amigas que eram legais, descoladas, menos autoritárias.
Alem dessa carga que já trago comigo, o Kenzo nasceu tão pequeno e indefeso por conta da prematuridade, que na época em que eu o via pela janelinha da incubadora, eu tentava imaginar ele aprontando as maiores travessuras.
Hoje cada travessura é um orgulho pra mim. Antes eu ria, hoje já me controlo e procuro dar bronca com muito diálogo e explicação para tudo. Ele me olha e presta bastante atenção.
O papai é mais rígido que eu, o que me deixa mais tranquila, já que ele faz o trabalho mais difícil, rs.
Quando é necessário, o Kenzo leva bronca, sem gritos, sem palmadas, apenas com conversas. E ele entende perfeitamente.
Não o reprimo por bater tampas de panelas, por tirar todos os produtos do armário do banheiro, por fazer bagunça com água no chão da sala ou pular na cama, o que eu mais quero é que ele seja simplesmente uma criança!
Me acho um pouco liberal demais sim, medo de sentir remorso depois, mas ainda não inventaram faculdade para ser mãe!!
