No Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, chega uma campanha que joga luz sobre algo que, ironicamente, quase ninguém vê: o trabalho invisível feito pelas mulheres todos os dias dentro de casa. Criada pela Agência Calia, com produção da Santeria e apoio da Instituição Nós por Elas, a ação chama atenção para uma desigualdade que insiste em resistir ao tempo, a divisão injusta das tarefas domésticas e de cuidado.
O que os olhos não veem, a rotina confirma
A campanha parte de um dado preocupante: conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), não há um único país no mundo onde as tarefas do lar sejam distribuídas de maneira justa entre homens e mulheres. Em média, elas gastam três vezes mais tempo cuidando da casa e da família do que eles. Isso significa menos tempo para se dedicar a estudos, ao lazer, à carreira e até ao descanso.
Maurício Oliveira, um dos criativos da campanha, explica com entusiasmo: “Conseguimos traduzir em segundos uma realidade que perdura há séculos. Estamos muito felizes com a qualidade criativa da campanha.”
Trabalho invisível: a excelente campanha sobre a desigualdade nas relações de trabalho, produzida pela Agência Calia pic.twitter.com/B4aOGDnFN0
— Brasil 247 (@brasil247) April 30, 2025
Quando o trabalho em casa começa depois do “expediente”
Com o slogan “O fim do expediente não é o fim do trabalho”, a campanha emociona e provoca ao retratar cenas cotidianas de milhares de mulheres que, após um longo dia de trabalho, ainda enfrentam uma segunda jornada — igualmente cansativa, mas raramente valorizada.
São três filmes publicitários de 30 segundos e diversas peças visuais que escancaram o que muita gente prefere ignorar: que o trabalho doméstico ainda é encarado como “responsabilidade feminina”, mesmo em tempos modernos.
A mudança começa dentro de casa
Para José Augusto, vice-presidente da Calia, campanhas como essa são fundamentais para iniciar conversas que realmente importam:
“A campanha ‘Trabalho Invisível’ nasce de uma necessidade urgente de dar visibilidade a uma realidade que muitas vezes é ignorada. Queremos provocar uma reflexão profunda sobre a desigualdade de gênero nas tarefas domésticas e mostrar que a transformação começa dentro de casa.”
Ou seja, o objetivo aqui não é só informar, mas também inspirar mudanças de comportamento. Afinal, dividir o trabalho do lar é também uma forma de justiça.
Mais um filme da mesma campanha, que levanta uma importante reflexão sobre a carga adicional que pesa para as mulheres. pic.twitter.com/ndglFdN1yD
— Brasil 247 (@brasil247) April 30, 2025
Criatividade a serviço de uma causa urgente
A equipe criativa que deu vida à campanha é formada por Maurício Oliveira, Geisa Lopes e Alexandre Ferro. A direção dos filmes ficou por conta de Rafael Damy, que soube traduzir em imagens fortes e simbólicas a sensação de cansaço e acúmulo que tantas mulheres enfrentam diariamente.
Ao unir talento publicitário e propósito social, a campanha “Trabalho Invisível” se destaca não apenas como uma peça criativa, mas como uma importante ferramenta de conscientização.