O corpo da brasileira Juliana Marins, que faleceu durante uma trilha em um vulcão na Indonésia, chegou ao Brasil na tarde desta terça-feira (1º), em voo da Emirates Airlines, desembarcando no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 17h.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a urna funerária será transportada do aeroporto paulista até a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.
Nova autópsia será realizada no Brasil
Após o desembarque, o corpo passará por uma nova autópsia no Instituto Médico Legal (IML), procedimento solicitado pela família de Juliana e autorizado pela Justiça. Conforme explica a Defensoria Pública da União (DPU), o exame precisa ocorrer em até seis horas para preservar evidências que possam esclarecer melhor as circunstâncias da morte.
“Com o auxílio da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia”, informou Mariana, irmã de Juliana.
A defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz ressalta que o pedido se baseia na “ausência de esclarecimento sobre a causa e o momento exato em que a vítima morreu”.
Família enfrentou dificuldades para o translado do corpo
Juliana será sepultada em Niterói, cidade natal da jovem, segundo o jornal O Globo. A família precisou fazer apelos públicos para agilizar a volta do corpo. “Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Rio. Porém, a Emirates não quer confirmar o voo! É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana pra casa!”, desabafou Mariana em 29 de maio.

Ela também relatou que o translado, inicialmente previsto para domingo (29), foi cancelado por “lotação misteriosa” no porão do avião, dificultando ainda mais o processo. “Parece proposital, já que o embalsamamento tem apenas alguns dias de validade. O medo é que em nova autópsia descubramos mais coisas? Está muito difícil”, lamentou.
Primeira autópsia em Bali aponta causas da morte, mas deixa dúvidas
A primeira necropsia foi realizada em Bali, na quinta-feira (26), logo após o corpo ser resgatado no Monte Rinjani, a 650 metros de profundidade. O laudo indicou que Juliana sofreu múltiplas fraturas e lesões internas, sem sinais de hipotermia, e teria sobrevivido por cerca de 20 minutos após o trauma.
O médico-legista responsável, Ida Bagus Putu Alit, explicou em entrevista coletiva que “os indícios mostram que a morte foi quase imediata. Por quê? Devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas, praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax.”
Apesar disso, a família questiona a conclusão, já que imagens feitas por drones mostraram Juliana em diferentes pontos do penhasco, gerando dúvidas sobre o momento exato da queda fatal.
A divulgação do laudo pela imprensa antes da família ter acesso causou revolta. “Minha família foi chamada no hospital para receber o laudo, mas, antes que eles tivessem acesso a esse laudo, o médico achou de bom-tom dar uma coletiva de imprensa para falar para todo mundo que estava dando o laudo antes de falar para minha família. É absurdo atrás de absurdo e não acaba mais”, declarou Mariana.