Isaiah Stark, uma criança de 7 anos com necessidades especiais, morreu em fevereiro de 2020 no Colorado, Estados Unidos, após apresentar níveis extremamente elevados de sódio no sangue, condição conhecida como hipernatremia. A substância ingerida foi salmoura de azeitona, que possui alta concentração de sal. Embora o laudo oficial tenha apontado a morte como acidental, novas informações levantaram suspeitas sobre a possibilidade de a substância ter sido usada como forma de castigo.
Isaiah foi adotado ainda bebê por Elizabeth e Jonathan Stark, depois que sua mãe biológica perdeu a guarda. O menino era não verbal, tinha atrasos no desenvolvimento e havia sido diagnosticado com transtorno de apego reativo, o que dificultava suas interações afetivas.
Mensagens antigas e sinais de alerta
Segundo documentos do processo, Elizabeth Stark mantinha contato constante com os médicos que acompanhavam Isaiah. Por anos, ela relatou dificuldades com o comportamento e os padrões de sono do filho. Em uma das mensagens, enviada em 2017, chegou a perguntar se existia algum medicamento mais potente para “forçá-lo a dormir completamente”.
No dia 17 de fevereiro, os pais levaram Isaiah às pressas para o hospital. No trajeto, o menino perdeu a consciência. Ao ser examinado, foram detectados níveis fatais de sódio no organismo, além de sinais de desidratação e desnutrição. Mesmo com esse quadro, o laudo da legista do Condado de Grand classificou a causa da morte como acidental, e o promotor responsável decidiu não levar o caso adiante judicialmente.

Suspeitas de favorecimento e impunidade
A decisão gerou polêmica, principalmente por Jonathan Stark ser policial na cidade de Granby. Relatórios do Colorado Bureau of Investigation (CBI) apontam que a legista assistente teria prometido à família “fazer tudo o possível para manter o caso sob controle”, o que gerou forte suspeita de interferência.
Segundo o jornal Denver Post, mesmo com os indícios de negligência e sofrimento físico, o promotor alegou não haver elementos suficientes, o que é exigido por lei para iniciar uma ação criminal.
Um luto que segue sem respostas
Isaiah era o terceiro entre cinco irmãos. Em uma publicação feita nas redes sociais, Elizabeth agradeceu o apoio da comunidade: “Durante uma semana, amigos e familiares se uniram 24 horas por dia para cuidar de cada necessidade que pudéssemos ter. Somos gratos. Tão incrivelmente gratos”.