Muitas vezes, situações inesperadas acontecem e servem para ligar um alerta. Para a família Crook, no Reino Unido, esse momento rotineiro se transformou num verdadeiro filme de terror. Lois, uma menina de apenas 8 anos, sofreu uma fratura grave no pescoço ao usar uma tirolesa em um playground recém-reformado.
Quando a brincadeira passa do ponto
Era fim de tarde no Victoria Park, em Ashford. A mãe, Emma, levou os filhos Lois e Elliot para curtirem o novo espaço. Entre os brinquedos novos, uma tirolesa se destacava. Parecia o brinquedo dos sonhos de qualquer criança… até que virou um pesadelo.
“Vi que estava rápido demais, mas antes que eu pudesse reagir, ela já tinha sido lançada no ar como uma boneca de pano”, contou Emma, ainda abalada. Lois foi arremessada a cerca de três metros de altura e caiu de cabeça na grama. O impacto causou uma fratura na segunda vértebra cervical, uma lesão tão séria que é geralmente vista em acidentes de carro.

Um diagnóstico assustador e uma longa recuperação
Mesmo consciente, Lois chorava de dor. No caminho para o hospital, chegou a parar de falar, o que fez o coração da família quase parar também. No Hospital William Harvey, veio a confirmação: uma fratura na vértebra C2, conhecida como “fratura do enforcado”. Como o hospital não tinha os equipamentos pediátricos adequados, Lois esperou mais de 15 horas até ser transferida para o King’s College Hospital, em Londres.
Lá, os médicos instalaram um suporte conhecido como halo — uma estrutura fixada ao crânio com pinos — para manter sua coluna estável durante a recuperação. A previsão é de pelo menos 12 semanas com o aparelho, além de muita fisioterapia e acompanhamento médico.
A tirolesa já tinha histórico de acidentes
Após o susto, os pais de Lois começaram a conversar com outras famílias da região, e o que descobriram foi alarmante. Segundo vários relatos, aquela mesma tirolesa já havia causado outras quedas, concussões e fraturas. Ainda assim, o brinquedo segue em funcionamento.
“É um equipamento claramente mais veloz do que o normal. Muitos pais vieram nos dizer que seus filhos também se machucaram ali”, desabafou Emma. O pai de Lois, Daniel, reforçou: “Os médicos disseram que a lesão dela foi comparável a um acidente de carro. É surreal pensar que isso aconteceu em um parquinho.”
A importância de ficar atento, mesmo em lugares “seguros”
Enquanto Lois encara sua recuperação com coragem (e já planeja uma festinha para quando tirar o halo), a família segue firme na missão de fazer esse acidente gerar mudanças. Eles esperam que outras prefeituras passem a rever os brinquedos instalados em espaços públicos, com foco total na segurança das crianças.
Parquinhos devem ser sinônimo de diversão e liberdade, não de risco. Por isso, os pais de Lois deixam um recado importante: mesmo em áreas que parecem seguras, a vigilância é essencial. “Queremos que algo positivo surja disso tudo. Não queremos que nenhuma outra criança passe pelo que a Lois passou”, afirma Emma.

Investigação em andamento
A prefeitura de Ashford já está ciente do caso e informou que uma investigação foi aberta para entender as causas do acidente. No entanto, não se pronunciou sobre a suspensão do brinquedo enquanto isso.
Enquanto isso, Lois segue lutando para voltar à rotina, contando com o apoio da família e a esperança de que sua história ajude a evitar novas tragédias. Afinal, ninguém deveria sair machucado de um lugar feito para sorrir.