Nesta quinta-feira (09), estreia em 19 cidades o documentário “Ilegal – A Vida não Espera”, de Tarso Araujo e Raphael Erichsen. O longa conta a história de pessoas que lutam pela regulamentação da maconha medicinal, e foi realizado pela produtora paulistana 3Film em parceria com a revista Superinteressante.
O pano de fundo do filme é a história da pequena Anny, uma menina de 5 anos portadora da síndrome CDKL5, uma forma rara de epilepsia grave e sem cura, que lhe causa 60 convulsões por semana e é resistente aos remédios convencionais. Como forma de amenizar os sintomas da filha, a mãe, Katiele Fisher, incorpora ao tratamento da menina a substância canabidiol (CBD), um componente da Cannabis, ou seja, maconha, que faz com que as convulsões de Anny praticamente desapareçam.
A questão é que a substância é ilegal no Brasil, de acordo com a legislação em vigor, e Katiele se vê obrigada a importar o produto dos Estados Unidos, onde é comercializado. Então se depara com problemas burocráticos para conseguir a autorização da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, para que o medicamento entre no Brasil.
Além da luta de Katiele, “Ilegal” conta a história de outras mães cujos filhos precisam da CBD para amenizar os sintomas de diferentes doenças.
Em declaração à imprensa, Tarso alerta que o filme mostra exclusivamente o lado medicinal da maconha e chama atenção para a urgência de regulamentar seu uso para tratar diferentes problemas de saúde. De acordo com ele, a luta é para que exista uma produção de maconha no Brasil, ainda que submetida a um controle estatal.