A gente sabe que educação é um direito, mas nem sempre ela chega onde mais precisa. E se a escola fosse até o local de trabalho? É exatamente isso que a MRV, maior construtora da América Latina, está fazendo há mais de 10 anos com o projeto Escola Nota 10. E o resultado? Mais de cinco mil trabalhadores da construção civil já formados.
Hoje, são 34 escolas ativas espalhadas pelo Brasil, e mais quatro a caminho. A meta é ambiciosa, mas linda: manter pelo menos 47 unidades em funcionamento em todo o país ainda este ano. Só em 2023, foram mais de R$ 1 milhão investidos e mais de 300 alunos certificados.
Educação que começa antes mesmo do expediente
A mágica do projeto acontece nos próprios canteiros de obras. Em parceria com o Alicerce Educação, as aulas são realizadas antes do início da jornada de trabalho. O modelo de alfabetização é pensado para adultos, com ciclos de dois meses. E sim, funciona de verdade.
Para Raphael Lafetá, Diretor executivo de Relações Institucionais e Sustentabilidade da MRV&CO, o programa tem impacto direto na vida de quem participa: “Sob a liderança da área de Sustentabilidade e com o apoio do Instituto MRV, o Programa Escola Nota 10 fortalece o compromisso da empresa com a educação e o desenvolvimento de seus colaboradores, promovendo a alfabetização, a educação básica e a capacitação de adultos diretamente nos canteiros de obras em todo o Brasil.”
Um Brasil que ainda convive com o analfabetismo
A importância dessa iniciativa ganha ainda mais força quando a gente olha para os dados. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em 2024, cerca de 9,3 milhões de brasileiros ainda não sabem ler nem escrever. A maioria deles — cerca de 8,3 milhões — tem mais de 40 anos. Isso representa 5,4% da população do país. É muita gente!
E é exatamente esse público que o Escola Nota 10 busca alcançar. Muitos desses trabalhadores nunca tiveram a chance de estudar na infância, e agora estão encontrando no próprio local de trabalho a oportunidade de aprender.

Da timidez à comunicação: o caso inspirador do seu Everaldo
Entre tantas histórias marcantes, uma que emociona é a do seu Everaldo, auxiliar de limpeza e pedreiro em Maceió. Quando entrou para o projeto, há nove anos, ele não sabia escrever o próprio nome. Hoje, aos 58 anos, ele escreve, lê e até dá opinião sem medo!
“Agora eu consigo escrever o meu nome, copiar palavras e escrever números até 100. A Escola Nota 10 me mostrou que é possível aprender a ler e escrever aos 58 anos”, conta com orgulho.
Missão: alfabetizar 100% dos colaboradores
A MRV não está medindo esforços para ampliar esse impacto. Hoje, o projeto está presente em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão — além do Distrito Federal.
E os gestores de obras também entraram na jogada. “Os gestores de obras foram desafiados a garantir que tenha pelo menos uma escola em funcionamento em sua região de atuação. Esta iniciativa foi prontamente abraçada pela produção, demonstrando o comprometimento da equipe com o desenvolvimento educacional dos colaboradores”, afirma Raphael Lafetá.
Além disso, o programa conta com parcerias estratégicas com ONGs para ampliar ainda mais o alcance da alfabetização.
Educação é poder — e transforma vidas
Com mais de uma década de existência, o Escola Nota 10 é prova viva de que nunca é tarde para aprender. Quebrar o ciclo do analfabetismo é um passo gigantesco para a autonomia e autoestima de milhares de pessoas. E o melhor: tudo isso acontece no lugar mais improvável — o canteiro de obras.
É como dizem por aí: conhecimento não ocupa espaço, mas abre portas — até mesmo no meio de uma construção.