A história da grávida de Taubaté, que chocou o Brasil há 13 anos, está de volta às manchetes, e desta vez Maria Verônica Santos, a pedagoga por trás da polêmica, resolveu expor as motivações do caso. Conhecida pela mentira de estar grávida de quadrigêmeos, Maria Verônica explicou recentemente os detalhes de como tudo aconteceu e o que a levou a construir essa farsa, que envolveu até uma seita misteriosa. Depois de anos de silêncio, ela revelou o que estava por trás da mentira que a fez famosa.
A seita e o ritual para engravidar
Em entrevista no programa Domingo Legal, Maria Verônica contou que, durante aquele período, ela se envolveu com um grupo que mais tarde descobriu ser uma seita “Eu fui participando [da seita] e entendi que não era o que eu achava que fosse. Foi a minha vida durante sete anos. O grupo, que ela desconhecia totalmente no início, tinha forte influência sobre sua vida e suas decisões. Segundo Maria, a família de seu marido fazia parte da seita e foi essa mesma família que a convidou a participar de um ritual para engravidar. Ela descreveu o ritual como uma experiência surreal, que envolvia beber e mastigar um papel onde ela havia escrito seu desejo de ter filhos.
Maria Verônica acreditava que a seita tinha o poder de reverter a vasectomia de seu marido e fazer com que ela engravidasse. Ela acreditou de tal forma que chegou a ver sua barriga crescer, o que ela agora entende como sintomas de uma gravidez psicológica. “Eu acreditava que a força que eles tinham me mostravam poderia fazer a gravidez acontecer”, explicou durante a entrevista.
A farsa do nascimento dos quadrigêmeos
O nome “Grávida de Taubaté” ficou famoso depois que Maria Verônica passou a aparecer na mídia com uma barriga de grávida, alegando estar esperando quadrigêmeos. Ela contou que, durante esse período, os membros da seita a orientaram a dizer que estava esperando quatro meninas. Os nomes, inclusive, já estavam escolhidos: Maria Clara, Maria Vitória, Maria Fernanda e Maria Eduarda.
Para dar credibilidade à sua farsa, ela usou exames de ultrassom manipulados, retirados de sites da internet, e editou as imagens para fazer parecer que os quadrigêmeos realmente existiam. Enquanto isso, ela fazia aparições em programas de televisão, como Domingo Legal, mostrando o barrigão e recebendo apoio da sociedade, que acreditava que estava prestes a dar à luz um caso raríssimo de quadrigêmeos.
O medo da seita e o silêncio por anos
Maria Verônica revelou que durante todo esse tempo ela se sentia ameaçada pelos membros da seita. Segundo ela, houve momentos de verdadeiro pânico, especialmente quando eles invadiram sua casa e a encontraram escondida. Ela temia ser sacrificada pelos integrantes, o que a levou a manter o silêncio por tantos anos. Esse medo a fez continuar participando da farsa e não contar a verdade, apesar de sentir que algo estava errado.
A situação só mudou quando ela foi forçada a desmascarar a mentira. Em um momento de desespero, depois de ter usado panos para criar a ilusão de uma barriga grávida, seu marido descobriu que a história era uma farsa. “Ele ficou muito triste, e foi como se ninguém tivesse dúvidas sobre a mentira”, revelou. Maria Verônica sentiu como se a família do marido já soubesse que os bebês nunca existiram.
O retorno às redes sociais e a busca pela verdadeira identidade
Depois de anos longe da mídia, a mulher usou suas redes sociais para dar um passo importante na reconstrução de sua vida. Ela se declarou em busca de sua verdadeira identidade, deixando para trás o rótulo de “Grávida de Taubaté”. “Agora, quero ser conhecida como Maria Verônica”, afirmou, desejando se afastar da polêmica que marcou sua vida.
Ela também aproveitou para explicar as motivações que a levaram a criar a mentira e revelou que estava trabalhando para reconquistar sua credibilidade. A história que antes a tornou famosa, agora está sendo usada como uma lição de vida, e ela está tentando, aos poucos, se reerguer.
O fim da farsa e a desconfiança da mídia
A farsa da Grávida de Taubaté foi desmascarada de forma inusitada pela jornalista Cris Flores. Durante uma entrevista ao programa Domingo Legal, Cris desconfiou da história e iniciou uma investigação. A jornalista descobriu, por meio de imagens de câmeras de segurança, que Maria Verônica havia saído de seu prédio sem a barriga de grávida, algo que não condizia com o estágio da gravidez que ela alegava. Essa descoberta levou ao fim de uma das maiores mentiras já contadas na mídia brasileira.
Antes da descoberta, o próprio programa havia feito ações para ajudar a família, mobiliando o quarto e fazendo arrecadação de fraldas e outros materiais de suporte para as crianças.