O que era pra ser um momento feliz e inocente acabou com tragédia e levantou um importante alerta para muitas famílias. O caso aconteceu em Imperatriz, no Maranhão, onde um ovo de Páscoa foi endereçado e entregue para uma família com uma mensagem de carinho, inclusive com o nome correto de quem residia no local. O presente, que parecia inofensivo, resultou na morte de duas crianças e na internação da mãe.
O ovo de Páscoa foi entregue no dia 16 de abril por um mototaxista. O bilhete que o acompanhava dizia: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. A mensagem parecia calorosa, mas o que aconteceu depois transformou a celebração em luto.

As vítimas da tragédia
Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, não resistiu após passar dias em estado grave na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz. Ela morreu nesta terça-feira, 22 de abril, devido à um choque vascular refratário associado a uma falência múltipla de órgãos, após ser vítima de um envenenamento causado por um chocolate supostamente contaminado. Evely foi a segunda vítima fatal do caso, pois seu irmão mais novo, João Pedro, de 7 anos, morreu logo no dia seguinte em que consumiu o mesmo doce.
A mãe das crianças, Mirian Lira Rocha, de 38 anos, também foi hospitalizada, mas segue internada e consciente, com expectativa de que receba alta nas próximas 72 horas. O caso vem sendo repercutido desde a última semana
A principal suspeita e as motivações por trás do crime
A polícia identificou Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como principal suspeita de enviar o doce contaminado. Ela foi presa em Santa Inês, cidade onde reside, após tentativas de despistar sua identidade com o uso de perucas, óculos escuros e até um crachá falso. Segundo a Polícia Civil do Maranhão, Jordélia teria agido movida por ciúmes, pois ela é ex-companheira do atual namorado de Mirian.
Durante a investigação, os agentes descobriram que a suspeita chegou a reservar um hotel em Imperatiz usando nome falso e justificou a identidade diferente dizendo ser uma mulher trans em processo de mudança de documentos. Essa versão, no entanto, servia para dificultar sua identificação.
Uma viagem de quase 400 km para cometer o crime
As investigações mostram que Jordélia teria viajado cerca de 400 quilômetros, de Santa Inês até Imperatriz, com o único objetivo de executar o plano. Ela comprou o ovo de Páscoa disfarçada com peruca e óculos, tentando esconder sua identidade, o que foi registrado por câmeras de segurança. O chocolate foi deixado na casa da família por um mototaxista que, segundo a polícia, não fazia ideia do conteúdo. A entrega foi feita como se fosse uma surpresa de Páscoa.

Ainda segundo os investigadores, Jordélia não aceitava o novo relacionamento do ex-companheiro, e possuía desejo de vingança, então tudo indica que esse foi o estopim para o crime.
No último domingo (20), Jordélia foi levada para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), ela seguirá detida no local, à disposição da Justiça, enquanto as investigações continuam.